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Bolsistas brasileiros no Canadá questionam chamado de retorno

Capes pede que estudantes voltem para o país sem fazer estágio

DE SÃO PAULO

Um grupo de bolsistas do programa Ciência Sem Fronteiras que recebeu notificação para retornar ao Brasil diz que o governo não cumpriu a promessa de encaminhá-los a um estágio após cursar seis meses de inglês no Canadá.

O programa federal Ciência sem Fronteiras tem o objetivo de internacionalizar a pesquisa no Brasil. Além de enviar alunos a outros países, busca fomentar a vinda de pesquisadores estrangeiros.

Em uma carta aberta, o grupo de 80 alunos no Canadá diz que a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) "quebrou contrato" ao cancelar estágios.

Os universitários haviam chegado ao país em setembro, ainda sem preencher os requisitos de fluência em inglês para um semestre acadêmico numa universidade local. O grupo alega ter sido surpreendido em janeiro com a convocação para uma prova de proficiência na língua após três meses, quando o previsto pela Capes eram seis meses de curso.

Nos últimos dias, os alunos receberam o resultado do exame, a maioria com nota insuficiente, e um aviso para retornar ao Brasil. O grupo reivindica o direito de passar pelo teste de novo e a oportunidade de fazer estágio.

PORTUGAL

Os alunos nessa situação tinham originalmente buscado cursos em Portugal. O Ciência Sem Fronteiras, porém, após aceitar os estudantes, impôs um limite no número de bolsas em universidades portuguesas, pois a demanda pelo país lusófono estava alta demais. Aquela era a primeira opção de muitos alunos sem inglês fluente.

A solução foi enviar os bolsistas a outros países e dar tempo e suporte para um curso de língua. Após isso, mesmo que o aluno não passasse no exame de proficiência, poderia ser encaminhado ao estágio. O semestre acadêmico é que poderia ser cancelado, diz o grupo.

"Em nenhum momento o estágio foi condicionado a notas de proficiência em inglês", afirma Luana Monteiro, estudante de engenharia na Universidade de Toronto.

Após a prova em janeiro, eles continuaram a fazer o curso de inglês. Mas a universitária diz que mesmo os alunos com notas boas ao fim do curso foram prejudicados.

A Capes diz que, do total dos bolsistas redirecionados de Portugal, outros 3.445 não tiveram problemas. "Até o momento, 110 -80 do Canadá e 30 da Austrália- terão que retornar ao Brasil", diz a Capes, por não conseguirem obter os requisitos acadêmicos. "Os requisitos variam de acordo com a área do curso, o histórico escolar do aluno e a proficiência no idioma."

Alunos temem agora perder o semestre todo, pois o Brasil inicia o ano letivo em fevereiro, mas o Canadá encerra em abril.


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