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Remédio em falta causa 'racionamento'

DE SÃO PAULO

Outro entrave ao tratamento de doenças raras dos chamados erros inatos do metabolismo, para as quais há medicamentos, são problemas nas fábricas dos remédios.

Uma contaminação em 2009 na fábrica americana do laboratório que produz a droga mais usada no tratamento de Fabry levou ao seu desabastecimento.

Por isso, médicos no mundo todo tiveram de concordar em reduzir as doses necessárias para o tratamento dos pacientes com doença de Fabry para que não faltasse remédio para nenhum deles.

"Minha saúde se agravou com a redução. Comecei a ter enxaquecas e a função renal piorou. Meu médico acabou trocando a droga, para uma de outro laboratório, e tive que entrar com outra ação judicial", diz Wanderlei Fante, que tem doença de Fabry.

A contaminação na fábrica nos EUA também afetou quem tem Gaucher. Neste ano, o Ministério da Saúde vai oferecer dose reduzida do Imiglucerase, fabricado pela Genzyme, para os pacientes.

"Tem gente que está passando muito mal com a redução. O tratamento não funciona se o remédio não estiver na dose certa", diz Pedro Stelian, presidente da Associação Nacional de Portadores de Doença de Gaucher e Outras Doenças Raras.

Segundo o ministério, a medida cautelar foi tomada pela pasta em 2011 com a comunidade médica para garantir o abastecimento dos produtos a todos os pacientes do SUS portadores da doença ao longo de 2012, pela escassez mundial da droga.

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