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Brasileiro vê indícios de um novo planeta no Sistema Solar

Órbitas de pequenos astros além de Netuno seriam pista de corpo ainda desconhecido

SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A análise das órbitas dos objetos que ficam além de Netuno parece sugerir a existência de outro planeta, ainda desconhecido, no Sistema Solar. A ideia audaciosa partiu de Rodney Gomes, astrônomo do ON (Observatório Nacional), no Rio de Janeiro.

Especialista em dinâmica orbital, Gomes atingiu alto grau de respeitabilidade por estudos anteriores, que sugeriam que Urano e Netuno podem ter trocado de posição nos primórdios da história solar. Ele apresentou seus mais recentes resultados na reunião da Sociedade Astronômica Americana.

Os astrônomos presentes julgaram que o trabalho é sólido, mas apontam, com razão, que ainda falta muito para que se possa dizer que o tal planeta existe de fato. O próprio Gomes concorda.

Um dos problemas é que há múltiplas possibilidades que explicam o padrão de órbitas visto nos objetos do cinturão de Kuiper (do qual Plutão, ex-planeta, faz parte), que Gomes investigou.

Um novo planeta explicaria, por exemplo, a estranha órbita de um objeto similar a Plutão, conhecido como Sedna, e de uma população de astros do tipo, com dimensões modestas para serem tidos como planetas, que seguem órbitas muito ovais.

Mas Gomes ainda não pode prever como seria esse planeta. Talvez ele seja tão grande quanto Netuno, numa órbita radicalmente distante (225 bilhões de km, quase 40 vezes mais longe que Plutão).

"Posso apenas dizer que planetas com certas relações entre massa e distância do Sol causariam uma 'superpopulação' de corpos de alto semieixo maior [ou seja, com órbitas bem ovais]", diz ele.

De toda forma, é uma análise interessante que deve reacender a busca pelo chamado Planeta X -expressão usada desde que o astrônomo Percival Lowell, no início do século 20, incentivou a busca por um outro mundo solar além de Netuno.

Até agora, houve dois alarmes falsos: Plutão (achado em 1930, acabou sendo inicialmente classificado como planeta para depois ser rebaixado) e Éris (cuja descoberta, em 2005, levou à reclassificação plutoniana). Será que a terceira tentativa é a boa?

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