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Cientistas acham cerâmica mais antiga do mundo na China

Artefato, que tem 20 mil anos, foi feito antes do início da agricultura

France Presse
Fragmentos de cerâmica encontrados na caverna na China
Fragmentos de cerâmica encontrados na caverna na China

RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO

A cerâmica é bem mais antiga do que se imaginava: fragmentos com cerca de 20 mil anos de idade foram achados na caverna de Xianrendong, na China, recuando em até 3.000 anos o uso conhecido desses artefatos.

A data impressiona, pois mostra que a cerâmica já era usada por tribos de caçadores-coletores 10 mil anos antes de surgir a agricultura.

De acordo com os cientistas, até recentemente se achava que a cerâmica tinha sido desenvolvida primeiro por populações sedentárias, que praticavam agricultura.

"A invenção da cerâmica ocorreu também entre outros grupos de caçadores-coletores, não agricultores, em outras partes do mundo", disse à Folha o líder da pesquisa, o israelense Ofer Bar-Yosef, da Universidade Harvard (Costa Leste dos EUA).

Para o pesquisador Gideon Shelach, da Universidade Hebraica de Jerusalém, que escreveu um comentário na revista "Science", a origem da cerâmica no leste da Ásia precisa ser mais estudada.

"A comida na China aparentemente foi baseada no cozimento e no vapor desde o começo", diz Bar-Yosef. No Oriente Médio, a comida incluía mais grãos e sementes.

"No leste da Ásia a cerâmica primitiva não era importante pelo seu uso econômico direto, mas para funções sociais, como rituais."

Datações em Xianrendong estimam que a caverna foi ocupada entre 29 mil e 17,5 mil anos atrás.

A idade da cerâmica coincide com o pico da última Era do Gelo, quando houve uma redução dos recursos alimentares. O cozimento em cerâmica ajuda a obter mais energia dos alimentos.

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