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Cientistas acham cerâmica mais antiga do mundo na China Artefato, que tem 20 mil anos, foi feito antes do início da agricultura
DE SÃO PAULO A cerâmica é bem mais antiga do que se imaginava: fragmentos com cerca de 20 mil anos de idade foram achados na caverna de Xianrendong, na China, recuando em até 3.000 anos o uso conhecido desses artefatos. A data impressiona, pois mostra que a cerâmica já era usada por tribos de caçadores-coletores 10 mil anos antes de surgir a agricultura. De acordo com os cientistas, até recentemente se achava que a cerâmica tinha sido desenvolvida primeiro por populações sedentárias, que praticavam agricultura. "A invenção da cerâmica ocorreu também entre outros grupos de caçadores-coletores, não agricultores, em outras partes do mundo", disse à Folha o líder da pesquisa, o israelense Ofer Bar-Yosef, da Universidade Harvard (Costa Leste dos EUA). Para o pesquisador Gideon Shelach, da Universidade Hebraica de Jerusalém, que escreveu um comentário na revista "Science", a origem da cerâmica no leste da Ásia precisa ser mais estudada. "A comida na China aparentemente foi baseada no cozimento e no vapor desde o começo", diz Bar-Yosef. No Oriente Médio, a comida incluía mais grãos e sementes. "No leste da Ásia a cerâmica primitiva não era importante pelo seu uso econômico direto, mas para funções sociais, como rituais." Datações em Xianrendong estimam que a caverna foi ocupada entre 29 mil e 17,5 mil anos atrás. A idade da cerâmica coincide com o pico da última Era do Gelo, quando houve uma redução dos recursos alimentares. O cozimento em cerâmica ajuda a obter mais energia dos alimentos. Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros |
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