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Para médico, cirurgia reparadora não é valorizada

DE SÃO PAULO

Para o cirurgião Marcus Ferreira, professor titular de cirurgia plástica do HC de São Paulo, além do ineditismo, o caso de Murilo é importante para resgatar o valor das cirurgias reparadoras, que, segundo ele, têm sido relegadas a segundo plano no país.

"O HC é uma ilha de excelência, mas é muito pontual. Pode ser que uma outra criança em Minas Gerais sofra esse mesmo tipo de lesão e vai ficar mutilada porque não haverá um serviço de saúde estruturado para atendê-la."

O Hospital das Clínicas é o único hospital paulista que faz reimplantes de urgência. São ao menos 250 casos por ano. A Secretaria de Estado da Saúde tem projeto para abrir outras unidades.

Ferreira afirma que o desinteresse pela área começa entre os próprios médicos.

"A cirurgia plástica é a especialidade que mais cresce, o país forma 200 novos cirurgiões por ano, mas o foco tem sido na estética. Falta cirurgião para operar lábio leporino, feridas, reimplantes."

Há 40 anos, Ferreira foi pioneiro no país na realização de um reimplante de mão por meio de microcirurgia. "De lá para cá, foram inúmeros procedimentos, mas continuamos a fazer da mesma forma como fazíamos há 40 anos. Não tem cola, não tem laser, não tem robô. É tudo artesanal, requer muita habilidade do cirurgião", diz.

(CC)

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