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Marcas em ossos dão peso à ideia de que dino tinha sangue quente

Mamíferos grandes de hoje também têm sinais de crescimento

RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO

Era difícil de imaginar que um estudo sobre os ossos dos ruminantes -como bois e veados -sepultaria a teoria de que os dinossauros tinham sangue frio. Mas foi exatamente o que fez um trabalho na revista científica "Nature".

Os ossos de animais possuem marcas de "crescimento interrompido". É algo normalmente ligado à escassez de comida. Os cientistas achavam que isso indicaria o tal sangue frio, ou ectotermia, em oposição ao sangue quente, ou endotermia, pois é algo visível em ossos de répteis, anfíbios e dinos. Agora, eles viram que ossos de mamíferos ruminantes possuem níveis elevados dessas marcas.

O bicho de sangue frio regula seu metabolismo pela temperatura do ambiente. Animais de sangue quente usam seu metabolismo para manter sua temperatura.

Os cientistas da Espanha e Noruega, liderados por Meike Köhler, da Universidade Autônoma de Barcelona, analisaram o fêmur de mais de cem espécies de ruminantes.

Achava-se que esses ossos seriam diferentes pelo fato de as criaturas de sangue quente poderem crescer continuamente, mantendo uma temperatura constante; não seria o caso de répteis e dinos.

O resultado, no entanto, deixou claro que as marcas ósseas não informam se o osso é de uma criatura de sangue quente ou frio.

Outro autor do estudo, Xavier Jordana, também de Barcelona, disse à Folha: "Em primeiro lugar, desacreditamos o principal argumento para a hipótese da ectotermia em dinossauros, que era baseada na presença dessas marcas de crescimento".

"Também mostramos que a presença de tecido ósseo bem vascularizado entre as marcas em dinossauros, assim como em mamíferos, é uma clara evidência de ritmos de crescimento rápidos."

Esse crescimento veloz ajuda a explicar o grande tamanho tanto dos dinos quanto de muitos mamíferos atuais.

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