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Jipe da Nasa prepara a sua câmera principal para fazer foto de Marte

'Clone' da sonda que ficou na Terra ajuda engenheiros a ensaiarem

Damian Dovarganes/Associated Press
Ken Edgett, responsável por câmera do jipe Curiosity, mostra primeira foto colorida dele
Ken Edgett, responsável por câmera do jipe Curiosity, mostra primeira foto colorida dele

RAFAEL GARCIA
ENVIADO ESPECIAL A PASADENA

Enquanto o jipe Curiosity se prepara hoje para tirar as primeiras fotos de alta resolução em Marte, iniciando sua busca por rastros de vida no planeta, seu "irmão" quase idêntico, que ficou em Pasadena, na Califórnia, reproduz seus movimentos para ajudar no planejamento.

"Vamos testar aqui tudo o que o jipe faz lá nos primeiros dez dias", diz Eric Aguilar, do JPL (Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa).

"Antes do pouso, ajustamos o jipe daqui para uma configuração como se ele tivesse acabado de pousar também. Agora ele já está em modo de operação."

Em Marte, o Curiosity mandou ontem sua primeira imagem colorida, tirada com a câmera instalada em seu braço, que ainda não se moveu.

"Foi um teste de foco", disse Ken Edgett, engenheiro responsável pelo instrumento. "Mas tivemos a sorte de ver um pouco do terreno."

Enquanto isso, no laboratório, o clone terrestre do jipe fez o mesmo, usando uma câmera para focar um frango de borracha que os cientistas depositaram no cenário. Quando o Curiosity levantar seu mastro com a câmera principal embutida hoje, o clone fará o mesmo, e todos os outros movimentos serão imitados, para que os cientistas entendam melhor o estado do jipe em Marte.

"Antes da decolagem, nós já tínhamos usado essa réplica para simular cenários tais como dirigir pela primeira vez, tirar fotos, calibrar câmeras e ajustar todas as imagens", disse Aguilar.

Após a fase crítica de dez dias, os cientistas vão parar o trabalho intensivo, mas deixarão o clone do Curiosity montado para o caso de precisarem simular algo complexo, como coletar um objeto em posição difícil.

A réplica tem todos os instrumentos científicos do jipe original, exceto o SAM, um espectrômetro de massa, que faz análises químicas.

Outra diferença é que o clone terrestre funciona literalmente plugado na tomada. O original usa uma bateria movida a plutônio (radioativo), o que traria complicações.

SUCATA MARCIANA

Uma boa notícia que chegou hoje é que os dispositivos que o módulo de pouso do Curiosity foi descartando durante a descida caíram todos longe do ponto de aterrissagem e não correm o risco de de atrapalhar a missão.

Uma imagem feita na madrugada de terça pela sonda Mars Reconaissance Orbiter mostra o jipe como um pequeno ponto cinza e o chão em volta com a poeira revirada durante o pouso.

Cientistas confirmaram também que o jipe está a cerca de 6,5 km de distância do monte Sharp, uma distância considerada pequena para os planos da missão. É na base dessa montanha que o jipe deve começar a investigar minerais para entender se Marte foi capaz de abrigar vida no passado remoto.

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