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Grupo da USP encontra proteína que ataca câncer

Pesquisa em camundongos mostrou que ela facilita 'suicídio' de células cancerosas

LUIZA PELLICANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

Pesquisadores da FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto), da USP, descobriram um fragmento de proteína capaz de matar células de tumores.

A molécula é a miosina 5a, que funciona como "um trem de carga" na célula. Os estudos apontaram que os vagões desse "trem" poderiam transportar cargas como os fatores pró-apoptóticos, que coordenam a autodestruição das células e poderiam ser usados contra as células de câncer.

A tese de doutorado do biomédico Antônio Carlos Borges, orientado por Enilza Maria Espreafico, estudou a ação da proteína em camundongos que tinham recebido enxertos de células cancerosas.

Nos animais que tinham o fragmento ativado da miosina, 90% continuaram vivos depois de 28 dias. Sem a ação da molécula, a sobrevivência de outro grupo foi de 60%.

De acordo com Enilza, o próprio corpo combate as células de câncer, que se protegem do ataque. Mas a proteína faz com que elas fiquem mais frágeis e se "suicidem".

Roger Chammas, pesquisador do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), avaliou o estudo a pedido da Folha. "Os resultados podem se tornar um futuro medicamento", diz. Para ele, a pesquisa "provou um conceito, que deve ser mais estudado".

Já o chefe da Divisão de Biologia Celular do Inca (Instituto Nacional do Câncer), João Paulo de Biaso Viola, foi cauteloso na avaliação da pesquisa, mas afirmou que o resultado é promissor.

"A proteína deve ser mais pesquisada, vamos aguardar novos resultados."

Ainda não há previsão para a aplicação dos estudos em pessoas com câncer.

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