São Paulo, domingo, 01 de novembro de 2009

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Semana do leitor

leitor@uol.com.br
Marcelo Justo - 28.out.09/Folha Imagem
Sinalização na rodovia Carvalho Pinto (SP-70), que está entre as melhores do país




Estradas

"O presidente Lula se regozija dizendo que o asfalto que falta para seu PAC no nordeste indica que o progresso está "comendo" no Brasil. Pera aí presidente, onde é que está esse asfalto se 70% das estradas brasileiras, segundo pesquisa divulgada ontem, está esburacada?"
GERALDO DE PAULA E SILVA (Rio de Janeiro, RJ)

Importante o relato da CNI e temerária a reação do MinT. Sou engenheiro de logística, moro em Cotia. Rodando diariamente na Raposo Tavares, corro risco diário pelas falhas de geometria e acessos, entre outras.
De fato cobertura asfáltica e sinalização no Estado de SP se destacam, mas a muito bem lembrada geometria continua abandonada. Não acredito que projetos sejam feitos fora dos padrões mínimos de segurança. É bem provável que, na execução, se sacrifique inclinação das pistas e ângulos de rotação nas curvas para redução de custo e/ou aumento de lucro dos empreiteiros. É lamentavelmente freqüente, mesmo em sofisticadas rodovias no Estado de SP, trafegar em pistas sem abaulamento e sem captação correta de águas pluviais, causando a perigosíssima aquaplanagem.
Creso Peixoto fala em auditoria pós obras para "...melhorar". Entendo que a auditoria precisa ocorrer na aprovação do projeto e no cumprimento de suas respectivas especificações. Afora os enormes prejuízos materiais e logísticos, se trata de salvar vidas.
Atenciosamente,
LUIZ VILELA (Cotia, SP)

Em recente relatório, a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) revelou que "69% das estradas do País estão em situação péssima...". E nossa carga tributária está em 38% do PIB, nível igual à do Primeiro Mundo. E nesses países, as estradas são muito bem cuidadas, verdadeiros tapetes. Onde será que está indo todo esse nosso dinheiro? Para consertar as rodovias parece que não, pois o pouco que chega lá, está se desfazendo nos buracos. O resto parece que está escoando pelo ladrão... Ou será para os bolsos dos amigos e companheiros do rei? Nós, esfolados contribuintes, pagamos muito, mas na hora de vermos algum resultado, acabamos mesmo é entrando na fossa. E... haja fossa!!!
SILVANO CORRÊA (São Paulo, SP)

"Nesta quarta-feira ,mais 11 pessoas perderam a vida na BR-381, próximo a Governador Valadares, na mesma curva onde mais de uma centena de pessoas já morreram nos últimos dez anos.
Será apenas mais um acidente que entrará para a conta do descaso do Ministério dos Transportes com Minas Gerais.
As fotos do acidente mostram uma colisão frontal, que poderia ter sido evitada se as pistas fossem separadas por barreiras físicas de concreto ou de aço, como deve ser em uma rodovia federal decente. O que nos têm a dizer o ministro dos Transportes e o superintendente-geral do Dnit a respeito dessa carnificina, que está só começando nesta estação de chuvas nas rodovias federais que cruzam Minas?
Aposto que dirão que a culpa é da 'imprudência' dos motoristas. Mas, se a imprudência é a causa, alguém morreu 'de graça', pois quem estava cumprindo suas obrigações pagou com a vida pelo erro do outro. Tudo conversa fiada.Todos os que morreram foram vítimas de um modelo de rodovias falido, que permite que dois veículos cruzem em sentidos opostos, em alta velocidade, sem nenhuma proteção física entre as pistas.As duas faixas de 40 centímetros de largura que separam uma pista da outra não podem evitar colisões frontais."
JOSÉ APARECIDO RIBEIRO, ONG SOS Rodovias Federais de MG (Belo Horizonte, MG)

Educação
"As causas da má educação no Brasil e no mundo têm sido estudadas e, crescentemente, a evidência sugere que a qualidade dos professores é fator fundamental. Em particular, a ausência de relação entre incentivos morais e monetários aos professores e o desempenho em sala de aula é uma das causas do desinteresse dos melhores alunos em se tornarem professores e da falta de esforço dos professores em melhorarem o seu desempenho.
O debate no Estado de São Paulo sobre a necessidade de avaliar o trabalho dos professores é de enorme importância. É oportunidade única para incrementar o prestígio do profissional docente e melhorar a educação das crianças menos favorecidas. Evidentemente, uma boa avaliação tem de relacionar a aprendizagem dos estudantes com a métrica de qualidade. Uma política adequada precisa permitir pagar mais aos mais bem avaliados.
A experiência recente no Chile nessa direção é interessante. Por muito tempo, o processo de avaliação sofreu resistência do sindicato dos professores. O governo negociou para que uma má avaliação não significasse demissões expressivas. Na época, críticos sugeriram que esse processo estava viciado e não seria efetivo. A evidência estatística, após seis anos de contínua implementação do sistema, é que a qualidade dos professores interfere no rendimento educacional de forma tão significativa quanto a renda familiar.
Uma interpretação é que a melhora na educação não precisa esperar por melhoras significativas na distribuição da renda ou incrementos relevantes na renda dos mais carentes -o que levaria muito tempo. Políticas de incentivo aos professores são rápidas e viáveis no curto prazo. Mas, para isso, é preciso avaliação."
RICARDO PAREDES, professor da PUC do Chile e professor associado no Centro de Microeconomia Aplicada da FGV-SP (Santiago, Chile)



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