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Semana do Leitor
leitor@uol.com.br
Danilo Verpa/Folha Imagem
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O início da prova realizada na tarde de quinta passada
São Silvestre
"A perda de importância da
corrida de São Silvestre, em São
paulo, é relativamente fácil de
explicar: a Globo não tem interesse em promover a corrida.
A mudança de horário para o
período da tarde pode até ter
facilitado a transmissão pela
televisão, mas fez com que a
corrida perdesse boa parte do
seu charme.
Essa mudança, contudo, interessava, pois a emissora não
queria concorrência para a "sua"
contagem regressiva e para a queima de fogos na orla do Rio de Janeiro.
Obviamente, paulistas e paulistanos prefeririam assistir à corrida se os eventos ocorressem no mesmo horário.
A São Silvestre sempre foi uma das referências de São Paulo, tem de ser preservada.
O que é estranho é os organizadores da corrida aceitarem passivamente o seu esvaziamento."
CELSO BALLOTI (São Paulo, SP)
Estado mínimo
"A ministra/candidata Dilma
comete grave erro ao enfatizar
que a ideia de Estado mínimo
está descartada. Ela esquece
que o que levou Lula a fazer um
bom governo foi justamente o Estado mínimo.
A Vale, por exemplo, com
gestão privada, tornou-se referência mundial em minério,
criou empregos e pagou em impostos quase cem vezes mais do
que quando pertencia ao governo. No setor siderúrgico, o Brasil tem o dobro da capacidade
instalada de que necessita. A
CSN e a Cosipa estavam praticamente quebradas quando foram privatizadas. A telefonia,
privatizada, diminuiu acentuadamente os custos das ligações.
Os bancos estaduais eram verdadeiros sugadores de dinheiro
público, além de cabide de emprego dos políticos. A agropecuária também colaborou muito para o progresso do Brasil,
pois nos tornamos os maiores
do mundo em soja, carne e suco de laranja.
A ministra deveria concentrar esforços em três segmentos que, nas mãos do governo,
caminham para trás: saúde, educação e segurança."
MARCO ANTONIO MARTIGNONI (São Paulo, SP)
Sean
"Diariamente, já há bastante
tempo, não só a Folha como
outros jornais, escritos e televisivos, vêm explorando o caso do menino Sean à exaustão.
Diversas cartas foram publicadas, com manifestações das mais diversas. Durante todo o
tempo de espetacularização da
notícia, houve apenas uma opinião sensata: o artigo de Clóvis
Rossi de 27/12 ("Erramos?'), que condenou o absurdo da exploração do caso.
Jornais televisivos chegaram
a utilizar mais de dez minutos
para noticiar o caso, como se
não houvesse notícias mais importantes. Espero que, neste
ano, assuntos como esses, de
interesse específico dos envolvidos, não sejam mais utilizados como "espetáculo", em respeito aos diretamente interessados -particularmente quando envolvem crianças, que não
são culpadas pelas irresponsabilidades dos adultos."
BENJAMIN EURICO MALUCELLI (São Paulo, SP)
Educação
"Em relação à reportagem
"Professor dá a aluno nota
maior que Saresp" (Cotidiano,
28/12), gostaria de comentar
que a escola é um ambiente
complexo e que a diferença no
desempenho dos alunos é um
somatório de diversos fatores,
difíceis de serem isolados para
uma pesquisa. E não podemos
esquecer as diferentes orientações das diferentes famílias, de
diferentes situações sociais,
cujos filhos estão reunidos num mesmo espaço.
Quanto à sugestão de haver
discriminação, é preciso notar
que lidar com tamanhas diferenças é um desafio diário na vida de um pedagogo.
O secretário Paulo Renato
Souza é sensato ao reconhecer
as diferenças entre as avaliações praticadas em sala de aula
e no Saresp. Mas a mídia em
nenhum momento destaca os
motivos dessa diferença, fazendo alarde com os resultados e
direcionando a opinião pública
a encontrar nos professores os
responsáveis pelas falhas. Pedagogos trabalham com seres
humanos, não com números em uma planilha de gastos."
MAGALI APARECIDA LOVATTO NASCIMENTO (Manduri, SP)
Recomendações
"No caderno Mais! de domingo passado, fomos brindados com recomendações de leitura para as férias. À parte a mesmice da pauta, dois itens
me chamaram a atenção: 1. A
escritora Ana Maria Machado,
de renome incontestável, cometeu a indelicadeza de recomendar livro escrito por ela
própria e outros com tradução
sua; 2. Outro "recomendeiro"
citou Thomas Bernhard como
o maior escritor austríaco do
século 20. Tal tipo de afirmação nunca deve ser feito, a não
ser que se aponha um "a meu
ver". E lembro que, findo o século 20, críticos elegeram "O
Homem sem Qualidades" como
o maior romance do século em
língua alemã, à frente de Kafka,
Thomas Mann e outros. O autor? O austríaco Robert Musil."
LUIZ WALTER DOEDERLEIN (Curitiba, PR)
Propostas
"Concordo com Frei Betto
("Feliz ano novo", 31/12). Impossível melhor resumo das
questões e misérias humanas.
Políticos deveriam refletir e
fazer uma proposta diferente
para si no ano que começa. "Vou
reagir de modo diferente quando a tentação chegar ao ver
aquele monte de dinheiro; vou
pensar no próximo ao qual poderá fazer falta esse dinheiro;
vou lembrar daquelas fotos das
crianças sofridas, esqueléticas;
vou contribuir mandando ajuda. Assim, minha consciência
ficará um pouco mais tranquila. Depois, o que vira será melhor e, com certeza, a felicidade
terá sido conquistada".
Mas o mundo realmente nos
angustia. Há tanta coisa errada.
Frei Betto sabe a felicidade em meio a tanto caos.
Temos as manhãs com os
cantos dos pássaros, o perfume
das flores, o sorriso daquelas crianças ricas pobres...
A felicidade é ter esperanças
e fé na humanidade, nem tudo está perdido."
TEREZINHA DIAS ROCHA (São Paulo, SP)
"A carta do senhor Neville
Lyon de 30/12 ("Alta traição" é
da percepção e entendimento
de grande parte da população.
Fomos colônia de Portugal.
Hoje somos colônia dos poderes desta "democracia" chinfrim. Executivo, Legislativo e
Judiciário são apenas vestimentas de estruturas corruptas
que parasitam nossa República, onde a única instituição que
funciona é a arrecadação de tributos. E, para escárnio do andar de baixo, nossa instância
máxima do Judiciário funciona
como seguro saúde: só quem
oferece festinhas é agraciado
com a tal "justiça". Ou seja,
todos são iguais perante a lei,
mas tem sempre o melhor dos
iguais. Alguém poderia me informar se existe na Constituição o crime de lesa-pátria?
Autoridades que mostram
não serem isentas não deveriam ter suas penas agravadas?
Quantas assinaturas são necessárias para que a corrupção
passe a ser crime hediondo?"
JOÃO DONDA GALLI JÚNIOR (São Paulo, SP)
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