São Paulo, domingo, 03 de janeiro de 2010

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Semana do Leitor

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Danilo Verpa/Folha Imagem
O início da prova realizada na tarde de quinta passada

São Silvestre
"A perda de importância da corrida de São Silvestre, em São paulo, é relativamente fácil de explicar: a Globo não tem interesse em promover a corrida. A mudança de horário para o período da tarde pode até ter facilitado a transmissão pela televisão, mas fez com que a corrida perdesse boa parte do seu charme.
Essa mudança, contudo, interessava, pois a emissora não queria concorrência para a "sua" contagem regressiva e para a queima de fogos na orla do Rio de Janeiro.
Obviamente, paulistas e paulistanos prefeririam assistir à corrida se os eventos ocorressem no mesmo horário.
A São Silvestre sempre foi uma das referências de São Paulo, tem de ser preservada.
O que é estranho é os organizadores da corrida aceitarem passivamente o seu esvaziamento."
CELSO BALLOTI (São Paulo, SP)

Estado mínimo
"A ministra/candidata Dilma comete grave erro ao enfatizar que a ideia de Estado mínimo está descartada. Ela esquece que o que levou Lula a fazer um bom governo foi justamente o Estado mínimo.
A Vale, por exemplo, com gestão privada, tornou-se referência mundial em minério, criou empregos e pagou em impostos quase cem vezes mais do que quando pertencia ao governo. No setor siderúrgico, o Brasil tem o dobro da capacidade instalada de que necessita. A CSN e a Cosipa estavam praticamente quebradas quando foram privatizadas. A telefonia, privatizada, diminuiu acentuadamente os custos das ligações. Os bancos estaduais eram verdadeiros sugadores de dinheiro público, além de cabide de emprego dos políticos. A agropecuária também colaborou muito para o progresso do Brasil, pois nos tornamos os maiores do mundo em soja, carne e suco de laranja.
A ministra deveria concentrar esforços em três segmentos que, nas mãos do governo, caminham para trás: saúde, educação e segurança."
MARCO ANTONIO MARTIGNONI (São Paulo, SP)

Sean
"Diariamente, já há bastante tempo, não só a Folha como outros jornais, escritos e televisivos, vêm explorando o caso do menino Sean à exaustão.
Diversas cartas foram publicadas, com manifestações das mais diversas. Durante todo o tempo de espetacularização da notícia, houve apenas uma opinião sensata: o artigo de Clóvis Rossi de 27/12 ("Erramos?'), que condenou o absurdo da exploração do caso.
Jornais televisivos chegaram a utilizar mais de dez minutos para noticiar o caso, como se não houvesse notícias mais importantes. Espero que, neste ano, assuntos como esses, de interesse específico dos envolvidos, não sejam mais utilizados como "espetáculo", em respeito aos diretamente interessados -particularmente quando envolvem crianças, que não são culpadas pelas irresponsabilidades dos adultos."
BENJAMIN EURICO MALUCELLI (São Paulo, SP)

Educação
"Em relação à reportagem "Professor dá a aluno nota maior que Saresp" (Cotidiano, 28/12), gostaria de comentar que a escola é um ambiente complexo e que a diferença no desempenho dos alunos é um somatório de diversos fatores, difíceis de serem isolados para uma pesquisa. E não podemos esquecer as diferentes orientações das diferentes famílias, de diferentes situações sociais, cujos filhos estão reunidos num mesmo espaço.
Quanto à sugestão de haver discriminação, é preciso notar que lidar com tamanhas diferenças é um desafio diário na vida de um pedagogo.
O secretário Paulo Renato Souza é sensato ao reconhecer as diferenças entre as avaliações praticadas em sala de aula e no Saresp. Mas a mídia em nenhum momento destaca os motivos dessa diferença, fazendo alarde com os resultados e direcionando a opinião pública a encontrar nos professores os responsáveis pelas falhas. Pedagogos trabalham com seres humanos, não com números em uma planilha de gastos."
MAGALI APARECIDA LOVATTO NASCIMENTO (Manduri, SP)

Recomendações
"No caderno Mais! de domingo passado, fomos brindados com recomendações de leitura para as férias. À parte a mesmice da pauta, dois itens me chamaram a atenção: 1. A escritora Ana Maria Machado, de renome incontestável, cometeu a indelicadeza de recomendar livro escrito por ela própria e outros com tradução sua; 2. Outro "recomendeiro" citou Thomas Bernhard como o maior escritor austríaco do século 20. Tal tipo de afirmação nunca deve ser feito, a não ser que se aponha um "a meu ver". E lembro que, findo o século 20, críticos elegeram "O Homem sem Qualidades" como o maior romance do século em língua alemã, à frente de Kafka, Thomas Mann e outros. O autor? O austríaco Robert Musil."
LUIZ WALTER DOEDERLEIN (Curitiba, PR)

Propostas
"Concordo com Frei Betto ("Feliz ano novo", 31/12). Impossível melhor resumo das questões e misérias humanas. Políticos deveriam refletir e fazer uma proposta diferente para si no ano que começa. "Vou reagir de modo diferente quando a tentação chegar ao ver aquele monte de dinheiro; vou pensar no próximo ao qual poderá fazer falta esse dinheiro; vou lembrar daquelas fotos das crianças sofridas, esqueléticas; vou contribuir mandando ajuda. Assim, minha consciência ficará um pouco mais tranquila. Depois, o que vira será melhor e, com certeza, a felicidade terá sido conquistada".
Mas o mundo realmente nos angustia. Há tanta coisa errada.
Frei Betto sabe a felicidade em meio a tanto caos.
Temos as manhãs com os cantos dos pássaros, o perfume das flores, o sorriso daquelas crianças ricas pobres...
A felicidade é ter esperanças e fé na humanidade, nem tudo está perdido."
TEREZINHA DIAS ROCHA (São Paulo, SP)

 

"A carta do senhor Neville Lyon de 30/12 ("Alta traição" é da percepção e entendimento de grande parte da população.
Fomos colônia de Portugal.
Hoje somos colônia dos poderes desta "democracia" chinfrim. Executivo, Legislativo e Judiciário são apenas vestimentas de estruturas corruptas que parasitam nossa República, onde a única instituição que funciona é a arrecadação de tributos. E, para escárnio do andar de baixo, nossa instância máxima do Judiciário funciona como seguro saúde: só quem oferece festinhas é agraciado com a tal "justiça". Ou seja, todos são iguais perante a lei, mas tem sempre o melhor dos iguais. Alguém poderia me informar se existe na Constituição o crime de lesa-pátria? Autoridades que mostram não serem isentas não deveriam ter suas penas agravadas? Quantas assinaturas são necessárias para que a corrupção passe a ser crime hediondo?"
JOÃO DONDA GALLI JÚNIOR (São Paulo, SP)






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