São Paulo, domingo, 05 de junho de 2011

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CARTAS

Holocausto
Sou um daqueles velhinhos objetos do escárnio de Danilo Gentili. Em 1944, quando tinha sete anos, fui embarcado com a minha mãe num vagão de gado. O destino era Auschwitz, mas a providência quis que o trem se desviasse da sua macabra rota, levando-nos e a centenas de infelizes judeus para outro campo, onde sobrevivi.
Antes de nos embarcar, pacotes e malas eram roubados ou arruinados pelos guardas da SS. Casacos e outros esconderijos possíveis de valores eram furiosamente revistados e confiscados. Apalpavam as mulheres em busca de tais objetos. Batiam e chutavam nos prisioneiros, enquanto os empurravam para os vagões.
Em cada um, espremiam-se até cem pessoas. Não dava para sentar, mal se podia respirar. O cheiro, insuportável. Dois pequenos baldes serviam de latrinas, mas transbordavam. Muitos eram forçados a urinar e defecar em pé ou sentados. Sentiam-se mal e vomitavam. Não era incomum que os mais idosos morressem a bordo e seus cadáveres poderiam ficar nos vagões por longos períodos.
Minha mãe e eu fomos transportados no inverno, com 15 a 20 graus abaixo de zero. Mesmo agasalhados, congelávamos, porque entrava um vento siberiano.
Os prisioneiros não recebiam alimentos nem água. Os sortudos, cujas malas não tinham sido confiscadas, tinham o que comer. A solidariedade falava mais alto e eles partilhavam a comida.
As crianças eram as que mais sofriam nas viagens. Berravam, vomitavam e tossiam. Adormeciam pelo cansaço. Para muitos, chegar aos campos era um alívio.
Mal sabiam que câmaras de gás esperavam por sua chegada.
Agora, pergunto, prezada Barbara Gancia, a sra. ainda defende a frase preconceituosa de Gentili e condena o que Marcelo Coelho escreveu (Cotidiano, 27/5)?
TOMAS VENETIANER (São Paulo, SP)

Vacinas
Excelente a reportagem "Medo de vacina" (Saúde, 28/5). Um dos maiores obstáculos à erradicação e controle de doenças são os mitos, boatos e teorias conspiratórias difundidos pelo mundo. Em nosso país, nos orgulhamos das altas coberturas vacinais, talvez uma das melhores do mundo. Trabalhamos incansavelmente na busca de resultados cada vez melhores. Felizmente, aqui, os grupos antivacinas não encontram espaço para prosperar.
RENATO DE ÁVILA KFOURI, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (São Paulo, SP)

Cursos de direito
Quero cumprimentar o ministro Haddad pela suspensão de 11 mil vagas em cursos de direito que tiveram resultados insatisfatórios na avaliação do MEC (Cotidiano, 3/6). A decisão já devia ter sido tomada, mas antes tardar do que se omitir na correta atitude.
EDSON XAVIER DA SILVEIRA LUCCI (Campinas, SP)


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