São Paulo, domingo, 06 de fevereiro de 2011

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SEMANA DO LEITOR

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Cientistas
Nosso ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, parece imaginar que pesquisadores brasileiros atuando no exterior sejam superiores aos do Brasil. Parece que nossa ciência poderia ser mais competitiva ao repatriá-los.
Isso é uma falácia.
O que impede a ciência brasileira de ganhar relevância internacional são nossos vícios institucionais. Um sistema que privilegia projetos de pesquisa considerados seguros em áreas preferencialmente monodisciplinares e facilmente identificáveis e, por consequência, de pouco impacto.
Alegar que o problema seja o repatriamento de cientistas do exterior é, para dizer o mínimo, ofensivo aos pesquisadores brasileiros, forçados a suportar instituições científicas engessadas e avessas à inovação, essencial à ciência de impacto internacional. Não há mágica, de nada adianta trazer pessoas sem eliminar esses vícios.
RENATO VICENTE, professor da USP (São Paulo, SP)

Lendas
Em entrevista à Folha, Caetano Veloso classifica Fidel Castro e Che Guevara como assassinos que teriam matado mais gente do que a ditadura argentina. "Esses caras adoravam um fuzilamento", diz.
Cerca de 40 anos antes, na letra de sua música "Soy Loco por ti, América", o mesmo Caetano fez apologia a Che quando falava do "nome del hombre muerto". Afinal, o herói idealista e revolucionário não passaria de uma lenda? Os fatos verdadeiros apontariam para um fanático que mandou matar muita gente, assassino frio que inclusive cuidou pessoalmente de algumas mortes?
Dizem até que o próprio Fidel teria sido mais brando, tendo intervindo em alguns casos. Se assim for, tem-se publicado a lenda em detrimento dos fatos, como na famosa frase do filme de John Ford.
EDUARDO ABAURRE (Vitória, ES)

Violência
Ainda somos um dos países mais violentos do mundo, apesar da queda verificada na taxa de homicídios. Milhares de jovens, pais de família, idosos e até crianças foram assassinados. Muitos outros ainda serão se nossa legislação antiquada e benevolente com o crime não for urgentemente revista. Será que a melhora não seria mais significativa se a progressão de pena para crime hediondo fosse vetada? Se a pessoa é condenada a dez, 20 ou 30 anos por tirar a vida de alguém, como pode ser solta ao cumprir um terço da pena? Isso é um verdadeiro escárnio com familiares das vítimas! E os assassinos que respondem em liberdade e nunca chegam a ser presos devido aos recursos? E ainda somos obrigados a escutar autoridades e personalidades defendendo a legalização das drogas e redução de penas para traficantes.
CRISTIANO REZENDE PENHA (Campinas, SP)


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