São Paulo, domingo, 06 de março de 2011

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CARTAS

Motocicletas
Ao ler a reportagem "Motos matam 1 pedestre a cada 3 dias" (Cotidiano, 26/2), fiquei espantado e preocupado com a lisura da Folha. As informações são falhas, unilaterais e direcionadas a tirar do motoqueiro a total culpa de sua irresponsabilidade, imprudência e imperícia na condução de seu veículo pelas ruas de São Paulo. Digo isso por constar na reportagem que especialistas afirmaram ser de responsabilidade também do pedestre a sua morte. Um deles chega a afirmar que os pedestres não ficam atentos às motos que andam em alta velocidade no corredor entre os carros. Outro especialista considera que a responsabilidade é compartilhada. A própria CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) ofereceu dados mostrando que, "em dois terços dos atropelamentos fatais, as vítimas estavam fora da faixa". Esses especialistas chegaram alguma vez a estudar as leis de trânsito? Alguma vez estudaram as técnicas de engenharia de tráfego, as normas internacionais sobre espaço de circulação de veículos e divisão do espaço da via pública, mais precisamente a divisão da pista de rolamento em faixas de tráfego? Caso a resposta seja afirmativa, deveriam saber que não existe espaço entre corredores de carros e que as motos circulam em local proibido.
ANTONIO RODRIGUES NETTO (São Paulo, SP)

Moacyr Scliar
Foi com grande pesar que recebi a notícia do falecimento do nosso saudoso escritor gaúcho Moacyr Scliar. Ele emprestou seus olhos a fim de nos tirar da escuridão, uma pessoa como ele devia ser imortal. Realmente é com muita tristeza que nos despedimos não só do escritor mas do mestre de nossa literatura.
YURI DE OLIVEIRA PEREIRA (Guarujá, SP)

PIB
Correu o mundo a divulgação do nosso PIB de 2010, que teve crescimento de 7,5%. No governo federal, todos vibram com a notícia, que colocou o Brasil como a sétima economia global. O que não foi divulgado é que, em 2010, só 28% do esgoto doméstico foi tratado, apenas 42% dos lares brasileiros têm rede de esgoto e somente 3,5% do lixo doméstico é reciclado -o restante é descartado nos lixões a céu aberto e nos rios, que depois inundam as grandes cidades. Nesse crescimento, o Brasil produziu 63 mil novos milionários e daí foram para a linha de pobreza 12 milhões de brasileiros, sem acesso a água, educação, saúde e habitação. Esse é o retrato do Brasil que, para o mundo, é a sétima economia. Para nós, porém, é uma ilha de riqueza banhada por um mar de pobreza.
JOSÉ PEDRO NAISSER (Curitiba, PR)


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