São Paulo, domingo, 06 de setembro de 2009

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Semana do leitor

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INIQUIDADES
"Bravo, Angeli! Impagável a tira da Justiça atordoada em meio ao desolador oceano de iniquidades que grassam pelo Brasil. Mais que mil palavras, uma imagem pode ser um relato preciso de um momento histórico do país."
MIGUEL ANGELO MOREIRA (Itajubá, MG)

Letras alagoanas
"Não entendo o motivo de tanto alvoroço em torno da entrada de Fernando Collor para a Academia Alagoana de Letras. Só porque ele não tem nenhum livro publicado? As diversas academias literárias espalhadas pelo Brasil, inclusive a Academia Brasileira de Letras, há muito tempo aderiram ao costume de bajular autoridades públicas, permitindo que algumas, claro que as de maior "cacife", ingressassem em seus quadros mesmo sem serem efetivamente escritoras. Na verdade, as academias espalhadas pelo Brasil começaram suas atividades repletas de seriedade e de bons propósitos, até que, para satisfazerem os interesses de alguns associados, desvirtuaram-se de seus reais objetivos e acabaram sendo instrumentalizadas para fins menos dignos. A única diferença no caso de Collor é que a academia alagoana, rasgando definitivamente a fantasia que normalmente encobre esse tipo de armação, escancarou geral. Não se deu nem ao trabalho de fazer como normalmente fazem suas congêneres, que, para admitirem políticos não escritores, providenciam que alguns discursos proferidos por eles, na maioria das vezes escritos por assessores, sejam compilados e transformados em livros, cinicamente usados para justificar a "imortalidade"."
JÚLIO FERREIRA (Recife, PE)

 

"Não é de estranhar a eleição de Collor para a Academia Alagoana de Letras. Essas instituições sempre foram bajuladoras dos poderosos, independentemente de suas qualidades literárias. A Academia Brasileira de Letras, por exemplo, recusou Mário Quintana três vezes, mas aceitou sem hesitação Getúlio Vargas, Assis Chateaubriand, José Sarney e Roberto Marinho. Não me admiraria se Collor, um dia desses, fosse eleito também para a ABL."
LUCIANO NOGUEIRA MARMONTEL (Pouso Alegre, MG)

Poluição
"A respeito da notícia de que carros deverão poluir menos a partir de 2014, por que não questionar o governo sobre uma medida que seria muito mais eficaz, rápida e certeira para diminuir a emissão de gases? O simples melhoramento de nossa gasolina. A emissão de poluentes depende em grande parte do combustível, e os EUA já conseguiram reduzir em quase 40% a emissão de gases veiculares somente reduzindo a volatilidade da gasolina e diminuindo seus teores de benzeno. E essa medida incidiria não somente nos veículos novos mas também nos que já circulam. Aliás, do ponto de vista da poluição, é mais importante controlar os veículos que estão em circulação, que causam cerca de 20 mortes por dia por prejudicarem a qualidade do ar."
ORSON MUREB JACOB (Assis, SP)

Facadas e mordidas
"Mais uma facada. Em sua sanha arrecadatória para bancar programas eleitoreiros, o governo federal propõe a criação da Contribuição Social para a Saúde -0,1% das movimentações financeiras. Nos mesmos moldes da extinta CPMF, a notícia boa é que a mordida será menor que os 0,38% do antigo tributo. Sou a favor de um imposto que possa ser pago por ricos e pobres e que dificulte as atividades criminosas de sonegadores, mas já não aguentamos mais pagar tantos impostos, tenham eles o nome que tiverem. Por que não compensar a nova tunga com redução do Imposto de Renda, que é facilmente sonegável? A Receita Federal, trabalhando sempre por amostragem, não consegue analisar as declarações de todos os contribuintes, o que facilita a vida dos espertinhos. O presidente precisa falar também em redução de impostos, e não só em aumento. Viva o imposto de difícil sonegação! Viva a redução de impostos!"
FABIO TAVARES (Rio de Janeiro, RJ)


Estranhos objetos
"A retirada da passarela de Ipanema, no domingo passado, traz à baila a necessidade de que a inserção de novas estruturas em espaços urbanos seja pautada por critérios abalizados. Muitas dessas inclusões resultam inadequadas, o que é mais relevante no caso do Rio, cidade bem dotada de belezas naturais. A atual prefeitura parece sensível à questão. Por exemplo, ao vetar a infeliz ideia de instalar um "placar da violência" em Copacabana, ou ao recusar a oferta, nada desinteressada, do artista que desejava expor sua obra na cidade. Espero que o bom-senso continue a prevalecer. E sinto-me por isso estimulada a chamar a atenção para o estranho objeto "plantado" num largo situado no centro do Rio, na confluência das ruas Uruguaiana, Assembleia e Carioca. Originário do Rio antigo, há uns dez anos o largo foi objeto de bem-sucedida restauração, que recriou o seu estilo à "belle époque". Porém, pouco tempo depois, foi depreciado com a absurda colocação de uma estrutura metálica de aparência grosseira, modernosa, incompatível com o cenário. A infelicidade da inclusão até causa espécie quanto às motivações de quem quer que tenha autorizado a impostura. A exemplo da passarela de Ipanema, a peça deveria ser retirada dali, em merecido respeito à paisagem e à memória da cidade."
PATRICIA PORTO DA SILVA
(Rio de Janeiro, RJ)

Ditadura
"Muito bem defendida a punição aos torturadores da ditadura por Cezar Britto ("Tendências/Debates", 28/8). Se as Forças Armadas sempre tiveram como princípio defender o povo brasileiro, deveriam estimular as penas aos verdugos dos porões, sob pena de entrar para história como "carrasco institucional". Poderíamos também lavar a alma dos familiares de torturados de outras épocas, como na ditadura do Estado Novo e no governo discricionário de Artur Bernardes. Fazer justiça no presente e no futuro inicia-se lavando-se as sujeiras do passado."
TÚLIO VARGAS (Itajubá, MG)

Supremo
"Se não bastasse FHC ter nomeado Nelson Jobim, tão vocacionado que abandonou o cargo, e Gilmar Mendes, a quem se recomenda leitura de processo penal, para aprender que na fase de recebimento de ação penal prevalece o "in dubio pro societate" e não "pro reo", agora Lula quer nomear o advogado Toffoli, ligado umbilicalmente ao PT, e com apenas 41 anos de idade, de modo que ocupará o cargo por quase 30 anos. O PT quer aparelhar até o Supremo!"
ALESSANDRO AUGUSTUS ALBERTI , promotor de Justiça (Guaratinguetá, SP)




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