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Semana do leitor
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INIQUIDADES
"Bravo, Angeli! Impagável a tira da Justiça atordoada em meio ao desolador oceano de iniquidades que grassam pelo Brasil. Mais que mil palavras, uma imagem pode ser um relato preciso de um momento histórico do país."
MIGUEL ANGELO MOREIRA (Itajubá, MG)
Letras alagoanas
"Não entendo o motivo de
tanto alvoroço em torno da entrada de Fernando Collor para
a Academia Alagoana de Letras.
Só porque ele não tem nenhum
livro publicado? As diversas
academias literárias espalhadas pelo Brasil, inclusive a Academia Brasileira de Letras, há
muito tempo aderiram ao costume de bajular autoridades
públicas, permitindo que algumas, claro que as de maior "cacife", ingressassem em seus
quadros mesmo sem serem efetivamente escritoras.
Na verdade, as academias espalhadas pelo Brasil começaram suas atividades repletas de
seriedade e de bons propósitos,
até que, para satisfazerem os
interesses de alguns associados, desvirtuaram-se de seus
reais objetivos e acabaram sendo instrumentalizadas para
fins menos dignos.
A única diferença no caso de
Collor é que a academia alagoana, rasgando definitivamente a
fantasia que normalmente encobre esse tipo de armação, escancarou geral. Não se deu nem
ao trabalho de fazer como normalmente fazem suas congêneres, que, para admitirem políticos não escritores, providenciam que alguns discursos proferidos por eles, na maioria das
vezes escritos por assessores,
sejam compilados e transformados em livros, cinicamente
usados para justificar a
"imortalidade"."
JÚLIO FERREIRA (Recife, PE)
"Não é de estranhar a eleição
de Collor para a Academia Alagoana de Letras. Essas instituições sempre foram bajuladoras
dos poderosos, independentemente de suas qualidades literárias. A Academia Brasileira
de Letras, por exemplo, recusou Mário Quintana três vezes,
mas aceitou sem hesitação Getúlio Vargas, Assis Chateaubriand, José Sarney e Roberto
Marinho. Não me admiraria se
Collor, um dia desses, fosse
eleito também para a ABL."
LUCIANO NOGUEIRA MARMONTEL
(Pouso Alegre, MG)
Poluição
"A respeito da notícia de que
carros deverão poluir menos a
partir de 2014, por que não
questionar o governo sobre
uma medida que seria muito
mais eficaz, rápida e certeira
para diminuir a emissão de gases? O simples melhoramento
de nossa gasolina.
A emissão de poluentes depende em grande parte do combustível, e os EUA já conseguiram reduzir em quase 40% a
emissão de gases veiculares somente reduzindo a volatilidade
da gasolina e diminuindo seus
teores de benzeno. E essa medida incidiria não somente nos
veículos novos mas também
nos que já circulam. Aliás, do
ponto de vista da poluição, é
mais importante controlar os
veículos que estão em circulação, que causam cerca de 20
mortes por dia por prejudicarem a qualidade do ar."
ORSON MUREB JACOB (Assis, SP)
Facadas e mordidas
"Mais uma facada.
Em sua sanha arrecadatória
para bancar programas eleitoreiros, o governo federal propõe a criação da Contribuição
Social para a Saúde -0,1% das
movimentações financeiras.
Nos mesmos moldes da extinta CPMF, a notícia boa é que
a mordida será menor que os
0,38% do antigo tributo.
Sou a favor de um imposto
que possa ser pago por ricos e
pobres e que dificulte as atividades criminosas de sonegadores, mas já não aguentamos
mais pagar tantos impostos, tenham eles o nome que tiverem.
Por que não compensar a nova tunga com redução do Imposto de Renda, que é facilmente sonegável? A Receita
Federal, trabalhando sempre
por amostragem, não consegue
analisar as declarações de todos os contribuintes, o que facilita a vida dos espertinhos.
O presidente precisa falar
também em redução de impostos, e não só em aumento. Viva
o imposto de difícil sonegação!
Viva a redução de impostos!"
FABIO TAVARES (Rio de Janeiro, RJ)
Estranhos objetos
"A retirada da passarela de
Ipanema, no domingo passado,
traz à baila a necessidade de que
a inserção de novas estruturas
em espaços urbanos seja pautada por critérios abalizados. Muitas dessas inclusões resultam
inadequadas, o que é mais relevante no caso do Rio, cidade bem
dotada de belezas naturais. A
atual prefeitura parece sensível à
questão. Por exemplo, ao vetar a
infeliz ideia de instalar um "placar da violência" em Copacabana,
ou ao recusar a oferta, nada desinteressada, do artista que desejava expor sua obra na cidade.
Espero que o bom-senso continue a prevalecer. E sinto-me
por isso estimulada a chamar a
atenção para o estranho objeto
"plantado" num largo situado no
centro do Rio, na confluência
das ruas Uruguaiana, Assembleia e Carioca.
Originário do Rio antigo, há
uns dez anos o largo foi objeto
de bem-sucedida restauração,
que recriou o seu estilo à "belle époque". Porém, pouco
tempo depois, foi depreciado
com a absurda colocação de
uma estrutura metálica de
aparência grosseira, modernosa, incompatível com o cenário. A infelicidade da inclusão até causa espécie quanto
às motivações de quem quer
que tenha autorizado a impostura. A exemplo da passarela de Ipanema, a peça deveria ser retirada dali, em merecido respeito à paisagem e à
memória da cidade."
PATRICIA PORTO DA SILVA
(Rio de Janeiro, RJ)
Ditadura
"Muito bem defendida a punição aos torturadores da ditadura por Cezar Britto ("Tendências/Debates", 28/8). Se as
Forças Armadas sempre tiveram como princípio defender o
povo brasileiro, deveriam estimular as penas aos verdugos
dos porões, sob pena de entrar
para história como "carrasco
institucional". Poderíamos
também lavar a alma dos familiares de torturados de outras
épocas, como na ditadura do
Estado Novo e no governo discricionário de Artur Bernardes.
Fazer justiça no presente e no
futuro inicia-se lavando-se as
sujeiras do passado."
TÚLIO VARGAS (Itajubá, MG)
Supremo
"Se não bastasse FHC ter nomeado Nelson Jobim, tão vocacionado que abandonou o cargo, e Gilmar Mendes, a quem se
recomenda leitura de processo
penal, para aprender que na fase de recebimento de ação penal prevalece o "in dubio pro societate" e não "pro reo", agora
Lula quer nomear o advogado
Toffoli, ligado umbilicalmente
ao PT, e com apenas 41 anos de
idade, de modo que ocupará o
cargo por quase 30 anos. O PT
quer aparelhar até o Supremo!"
ALESSANDRO AUGUSTUS ALBERTI , promotor
de Justiça (Guaratinguetá, SP)
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