São Paulo, domingo, 13 de dezembro de 2009

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Semana do Leitor

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Lula Marques/Folha Imagem
Policiais reprimem manifestação em frente ao Palácio do Buriti contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda

O silêncio dos bondosos
"Disse Martin Luther King que a nossa geração lamentará tanto os crimes dos perversos como o estremecedor silêncio dos bondosos.
Cento e oitenta milhões de brasileiros assistem diariamente às falcatruas cada vez mais explícitas de nossos políticos. Apenas alguns se manifestam. Somos 180 milhões de vozes contra uma minoria. Isso, sim, representa poder. Mas é justamente sobre esse "estremecedor silêncio dos bondosos" que iremos lamentar amargamente se assim continuarmos. Precisamos urgentemente de uma reforma em nossa política, mas igualmente, e acima de tudo, nos é necessária uma reforma em nosso sistema judiciário, o qual parece cada vez mais se deixar corromper pelos corruptores. A impunidade prevalece mais e mais.
Políticos que deveriam ter tido suas vidas públicas destruídas continuam sorrateiramente circulando nos corredores do Congresso, ditando ordens, como se fossem intocáveis.
Estarão fora do alcance da nossa assim chamada "justiça"?
Lula defende todos e espera acabar ao menos com parte da corrupção. Mas não há "meio buraco", assim como não há apenas "um pouco de corrupção". E igualmente não há "meia justiça". Ou a Justiça se faz honrada, digna, respeitada e imparcial, ou iremos definitivamente nos transformar no país de maior impunidade do mundo.
Se é que já não somos."
SIEGMAR METZNER (Curitiba, PR)

 

"Gostaria de prestar uma homenagem às 1.500 pessoas que foram às ruas protestar contra o governador Arruda.
Saíram do conforto das suas casas para mostrar que não dá para relativizar esses episódios, que não se pode ficar inerte apenas porque fatos como esses são inevitáveis. Sim, são inevitáveis, como inevitável e explícita deveria ser a reação de repúdio em todo o país. Esses 1.500 representam o que há de melhor no Brasil, e espero que chegue o dia em que atos como esses do Distrito Federal, com esse tipo de evidência, coloquem 1.500 pessoas nas ruas de todas as nossas grandes cidades, na minha inclusive, com a minha presença.
Os políticos corruptos precisam sentir a pressão do povo.
Precisamos nos mexer para não morrermos de inanição."
ANTONIO CAMARGO (São Paulo, SP)

 

"É inaceitável o que aconteceu na quarta-feira em Brasília. Enquanto estudantes exerciam o seu legítimo direito de protestar contra a corrupção no Brasil, foram atacados com violência extrema pelo Estado, que tem o dever de defendê-los.
O mesmo Estado que protege os verdadeiros corruptos e criminosos, concedendo-lhes tratamento especial e utilizando as forças de repressão contra direitos legítimos de seu próprio povo. É uma inversão completa de valores.
Devemos exigir que os salários e as vantagens de deputados e senadores sejam suspensos até que se vote a lei contra a corrupção e que se considere o crime cometido por agentes públicos como crime hediondo contra a população do país.
Que se vote a reforma política imediatamente para extirpar a impunidade.
E que a cavalaria seja usada para retirar do Congresso Nacional, bem como dos outros Poderes, políticos e autoridades corruptas. Que sejam tratados como realmente são: um câncer na sociedade brasileira."
JULIO CÉSAR CALDAS ALVIM DE OLIVEIRA (Curitiba, PR)

 

"O ovo da serpente recomeça a ser chocado. E o seu propósito é nefasto e nefando.
O que está ocorrendo no Brasil de hoje é perigoso e é uma apologia à corrupção sem punição. É uma ameaça à democracia, tão duramente conquistada pelos seus verdadeiros defensores. Os que defendem a impunidade de seus pares são filhotes da Arena, o partido do governo ditatorial, de triste memória. O Democratas, na verdade, não deveria adotar esse nome, uma vez que a Arena sempre defendeu a ditadura.
A sociedade civil responsável, democrata e contra totalitarismos de qualquer espécie deveria levantar-se e se juntar aos membros dos Poderes de Estado que não apoiam o que a população está vendo perplexa: violência e corrupção deslavada sem punição.
É preciso reagir, reclamar, deixar o conformismo de lado e exigir punição de fato aos poderosos corruptos, mal intencionados, que só desejam usufruir das benesses do poder.
Mas esses oportunistas não perdem por esperar. É uma falácia pensar que a população aceita bovinamente o seu comportamento descompromissado com a nação.
Quem viver verá. O povo não é desmemoriado. Muitos terão o troco que merecem."
RICARDO PEDREIRA DESIO, professor universitário aposentado e artista plástico (São Paulo, SP)

Obama e o Nobel
"Conquistar a paz por meio da guerra não é teoria nova, que o diga Karl von Clausewitz (1780-1831). Novidade é alguém defender a guerra e receber o Prêmio Nobel da Paz!
Obama qualifica a guerra (ou seriam as duas guerras que os Estados Unidos travam ao mesmo tempo?) como moralmente justificável. Mas, pensando bem, Osama bin Laden (guerra santa), Binyamin Netanyahu (guerra de defesa) e tantos outros líderes não mereceriam um prêmio também?"
DENIS SCHAEFER (São Paulo, SP)

Shows
"Excelentes os textos da Ilustrada de quinta-feira sobre a péssima qualidade das salas de espetáculo de São Paulo que oferecem serviço de comidas e bebidas. Essas casas são verdadeiras espeluncas. Colocam mesas muito próximas umas das outras e o público fica totalmente "espremido". E os shows sempre começam atrasados, propositadamente, para que os "otários" consumam.
Está na hora de os grandes artistas seguirem o exemplo de Maria Bethânia, não misturando sua arte com o comércio puro e simples."
CARLOS FREDERICO COELHO NOGUEIRA (São Paulo, SP)






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