São Paulo, domingo, 14 de fevereiro de 2010

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Infraestrutura
"No artigo "Faltam trilhos" ("Tendências/Debates", 7/2), Abram Szajman aponta problemas de infraestrutura que impedem o crescimento do país. Na mesma edição, a reportagem "Apagão logístico impede avanço do agronegócio" (Dinheiro) mostra o problema no escoamento da produção de soja no Norte/Nordeste. No dia 6, em Cotidiano, o texto sobre as falhas de fornecimento de energia elétrica na Grande São Paulo deixa implícito que há também aqui um grande empecilho aos investimentos.
E recentemente a Folha apontara problemas nas rodovias que contribuem seriamente para a ocorrência de acidentes graves.
Falta de energia, rodovias inseguras, dificuldades para escoar a produção, tudo isso representa custo e desestimula investimentos produtivos.
Com as atuais condições de infraestrutura, fica difícil acreditar num crescimento sustentável. Parece que estamos diante de um "voo de galinha".
Acho que já passou da hora de ser feito um trabalho sério no Brasil. O presidente circulando pelo mundo para receber prêmios e elogios, governadores preocupados com as próximas eleições e prefeitos cuidando só dos interesses de seus mentores não vão nos levar a lugar nenhum.
Levar mais de uma hora do aeroporto de Guarulhos à avenida Paulista (isso quando não há alagamento na marginal Tietê), ser obrigado a passar uma carga por São Paulo para fazer uma entrega no porto de Santos e ter que utilizar rodovias ruins -muitas já saturadas e sem pontos seguros de ultrapassagem, como a BR-101 entre RJ e ES- tornam difícil acreditar em crescimento.
Ainda não somos um país desenvolvido, grande. Do jeito que as coisas vão, nem emergentes somos. Estamos mais para imergentes."
ALMIR SANI MOREIRA (São Paulo, SP)

À mão
"Brilhante o texto de Ruy Castro de sexta-feira. De fato, tem gente por aí propondo a extinção da escrita à mão. Outro dia, numa palestra para alunos de propaganda, pedi que escrevessem ali, no ato, algumas ideias de anúncios capazes de estimular a doação de órgãos. Fizemos dois grupos: um faria o trabalho à mão; o outro, usando notebooks e demais recursos técnicos. Recolhidos os trabalhos, constatamos que os que fizeram "no muque" produziram coisas muito melhores. A conclusão a que chegamos é que quem escreve à mão sente maior necessidade de pensar no que vai escrever e comete menos erros ortográficos.
Não quer dizer que os recursos da informática não sejam extremamente importantes para o desenvolvimento do ser humano. Eu, por exemplo, com meus 75 anos, não poderia mais viver sem computador, internet, celular etc."
HUMBERTO MENDES (São Paulo, SP)

Fabio Rossi/Agência O Globo

Parque do Flamengo
"O parque do Flamengo é mais bonito que a Promenade des Anglais, em Nice. Não pode ser descaracterizado nem reduzido. Os cariocas precisam tomar conhecimento da revelação feita pelo jornalista Elio Gaspari no artigo "O AterroX de Eike Batista" (Brasil, 10/2)."
CONCEIÇÃO A. ARAÚJO OLIVEIRA (Belo Horizonte, MG)

Educação
"Concordo com Rudá Ricci, que demonstrou, em seu artigo "O conceito de qualidade na educação" ("Tendências/Debates", 9/2), que as avaliações externas aplicadas aos alunos são, realmente, meramente quantitativas. Avaliações, muitas vezes fora do contexto do projeto educativo da escola, apenas levam alunos e professores à exaustão e demonstram não o nível de conhecimento do aluno, mas a maneira equivocada de gestão da educação em nosso país. Cada escola deve ter o seu plano de ensino baseado nas diretrizes básicas, mas adequados à comunidade em que se insere. É muito difícil que uma avaliação externa consiga mensurar, com o mesmo instrumento, realidades completamente diferentes.
A educação em nosso país é gestada nos gabinetes por pessoas que, na maioria dos casos, estão longe do ambiente escolar há muito tempo. E pior: não têm formação de educadores.
Não é com com avaliações externas, avaliações de mérito do professor e outras bobagens que nossa educação vai melhorar. É necessário, acima de tudo, que nossos especialistas, professores, pais e alunos sejam ouvidos."
THEREZINHA DE JESUS LIMA E OLIVEIRA (São José dos Campos, SP)

Tribunal do Júri
"Ouso discordar da opinião do senhor Roberto Delmanto Junior quanto ao Tribunal do Júri ("Jurados imparciais e impunidade", "Tendências/Debates", 10/2). Esse tribunal, como expressão de julgamentos "democráticos", tinha razão de ser em outras eras, com governos autoritários e mais "mandos e desmandos".
Atualmente, um juiz tem plenas condições de julgar qualquer crime, e já passou da hora de extinguir o Tribunal do Júri, que acaba sendo um teatro: vence quem contrata um bom advogado."
GABRIEL QUIREZA PINHEIRO (Franca, SP)

As penas
"Muita pobreza de um lado e muita riqueza de outro, os males do Brasil são. Em 10/2, a Folha Online destacou duas manchetes elucidativas dos enormes contrastes no Brasil: "Família vive sem energia elétrica há 12 anos em Minas Gerais" e "Enfeite de Carnaval com pena rara custa mais de R$ 3.000".
O livro do francês Jacques Lambert é de 1959, mas "Os Dois Brasis" ainda são marcas indeléveis de uma "ordem e progresso" totalitária, definindo quem não tem acesso à energia elétrica e quem tem acesso à pena rara.
Isso é "Carnaval", e o Brasil, definitivamente, é um só. Aos vencedores, as penas!"
JONES DARI GOETTERT , professor de geografia da Universidade Federal da Grande Dourados (Dourados, MS)

Inconscientemente
"José Roberto Arruda, em sua carta aos funcionários do GDF, lembrou que, nos casos Collor, mensalão do PT e crise do PSDB no RS, não "houve medidas coercitivas dessa gravidade". Coloca-se assim, ainda que inconscientemente, no mesmo patamar daqueles.
O único fato a lamentar é que apenas agora a Justiça decidiu agir adequadamente."
MARCOS ROBERTO TEIXEIRA DE ANDRADE (Juiz de Fora, MG)




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