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Infraestrutura
"No artigo "Faltam trilhos"
("Tendências/Debates", 7/2),
Abram Szajman aponta problemas de infraestrutura que impedem o crescimento do país.
Na mesma edição, a reportagem "Apagão logístico impede
avanço do agronegócio" (Dinheiro) mostra o problema no
escoamento da produção de soja no Norte/Nordeste. No dia 6,
em Cotidiano, o texto sobre as
falhas de fornecimento de
energia elétrica na Grande São
Paulo deixa implícito que há
também aqui um grande empecilho aos investimentos.
E recentemente a Folha
apontara problemas nas rodovias que contribuem seriamente para a ocorrência de acidentes graves.
Falta de energia, rodovias inseguras, dificuldades para escoar a produção, tudo isso representa custo e desestimula
investimentos produtivos.
Com as atuais condições de
infraestrutura, fica difícil acreditar num crescimento sustentável. Parece que estamos diante de um "voo de galinha".
Acho que já passou da hora
de ser feito um trabalho sério
no Brasil. O presidente circulando pelo mundo para receber
prêmios e elogios, governadores preocupados com as próximas eleições e prefeitos cuidando só dos interesses de seus
mentores não vão nos levar a
lugar nenhum.
Levar mais de uma hora do
aeroporto de Guarulhos à avenida Paulista (isso quando não
há alagamento na marginal
Tietê), ser obrigado a passar
uma carga por São Paulo para
fazer uma entrega no porto de
Santos e ter que utilizar rodovias ruins -muitas já saturadas
e sem pontos seguros de ultrapassagem, como a BR-101 entre
RJ e ES- tornam difícil acreditar em crescimento.
Ainda não somos um país desenvolvido, grande. Do jeito
que as coisas vão, nem emergentes somos. Estamos mais
para imergentes."
ALMIR SANI MOREIRA (São Paulo, SP)
À mão
"Brilhante o texto de Ruy Castro de sexta-feira. De fato,
tem gente por aí propondo a extinção da escrita à mão. Outro dia, numa palestra para alunos de propaganda, pedi
que escrevessem ali, no ato, algumas ideias de anúncios capazes de estimular a doação de órgãos. Fizemos dois grupos: um faria o trabalho à mão; o outro, usando notebooks
e demais recursos técnicos. Recolhidos os trabalhos, constatamos que os que fizeram "no muque" produziram coisas
muito melhores. A conclusão a que chegamos é que quem
escreve à mão sente maior necessidade de pensar no que
vai escrever e comete menos erros ortográficos.
Não quer dizer que os recursos da informática não sejam
extremamente importantes para o desenvolvimento do
ser humano. Eu, por exemplo, com meus 75 anos, não poderia mais viver sem computador, internet, celular etc."
HUMBERTO MENDES (São Paulo, SP)
Fabio Rossi/Agência O Globo
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Parque do Flamengo
"O parque do Flamengo é mais bonito que a Promenade
des Anglais, em Nice. Não pode ser descaracterizado nem
reduzido. Os cariocas precisam tomar conhecimento da
revelação feita pelo jornalista Elio Gaspari no artigo "O
AterroX de Eike Batista" (Brasil, 10/2)."
CONCEIÇÃO A. ARAÚJO OLIVEIRA (Belo Horizonte, MG)
Educação
"Concordo com Rudá Ricci,
que demonstrou, em seu artigo
"O conceito de qualidade na
educação" ("Tendências/Debates", 9/2), que as avaliações externas aplicadas aos alunos são,
realmente, meramente quantitativas. Avaliações, muitas vezes fora do contexto do projeto
educativo da escola, apenas levam alunos e professores à
exaustão e demonstram não o
nível de conhecimento do aluno, mas a maneira equivocada
de gestão da educação em nosso país. Cada escola deve ter o
seu plano de ensino baseado
nas diretrizes básicas, mas adequados à comunidade em que
se insere. É muito difícil que
uma avaliação externa consiga
mensurar, com o mesmo instrumento, realidades completamente diferentes.
A educação em nosso país é
gestada nos gabinetes por pessoas que, na maioria dos casos,
estão longe do ambiente escolar há muito tempo. E pior: não
têm formação de educadores.
Não é com com avaliações
externas, avaliações de mérito
do professor e outras bobagens
que nossa educação vai melhorar. É necessário, acima de
tudo, que nossos especialistas,
professores, pais e alunos
sejam ouvidos."
THEREZINHA DE JESUS LIMA E OLIVEIRA
(São José dos Campos, SP)
Tribunal do Júri
"Ouso discordar da opinião
do senhor Roberto Delmanto
Junior quanto ao Tribunal do
Júri ("Jurados imparciais e impunidade", "Tendências/Debates", 10/2). Esse tribunal, como
expressão de julgamentos "democráticos", tinha razão de ser
em outras eras, com governos
autoritários e mais "mandos e
desmandos".
Atualmente, um juiz tem plenas condições de julgar qualquer crime, e já passou da hora
de extinguir o Tribunal do Júri,
que acaba sendo um teatro:
vence quem contrata um bom
advogado."
GABRIEL QUIREZA PINHEIRO (Franca, SP)
As penas
"Muita pobreza de um lado e
muita riqueza de outro, os males do Brasil são.
Em 10/2, a Folha Online
destacou duas manchetes elucidativas dos enormes contrastes no Brasil: "Família vive sem
energia elétrica há 12 anos em
Minas Gerais" e "Enfeite de
Carnaval com pena rara custa
mais de R$ 3.000".
O livro do francês Jacques
Lambert é de 1959, mas "Os
Dois Brasis" ainda são marcas
indeléveis de uma "ordem e
progresso" totalitária, definindo quem não tem acesso à
energia elétrica e quem tem
acesso à pena rara.
Isso é "Carnaval", e o Brasil,
definitivamente, é um só.
Aos vencedores, as penas!"
JONES DARI GOETTERT , professor de geografia da Universidade Federal da Grande
Dourados (Dourados, MS)
Inconscientemente
"José Roberto Arruda, em
sua carta aos funcionários do
GDF, lembrou que, nos casos
Collor, mensalão do PT e crise
do PSDB no RS, não "houve medidas coercitivas dessa gravidade". Coloca-se assim, ainda que
inconscientemente, no mesmo
patamar daqueles.
O único fato a lamentar é que
apenas agora a Justiça decidiu
agir adequadamente."
MARCOS ROBERTO TEIXEIRA DE ANDRADE
(Juiz de Fora, MG)
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