São Paulo, domingo, 17 de abril de 2011

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CARTAS

Pesquisas
As reportagens da Folha têm se revelado, no mínimo, tendenciosas. O jornal mostrou a burocracia e as dificuldades que a pesquisa com pacientes enfrenta no Brasil, mas esqueceu de apresentar a posição da Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa), cuja finalidade é a defesa dos voluntários dessas pesquisas, para evitar abusos de indivíduos vulneráveis (Saúde, 22/2).
Muitas vezes, as exigências legais nos países dos laboratórios são bem maiores e eles procuram pacientes onde a legislação de proteção aos sujeitos é mais frouxa.
Num mundo ideal, onde o interesse econômico não fale mais alto do que os direitos humanos ou onde a indústria apresente um projeto de pesquisa que proteja os sujeitos que dele participem, a burocracia pode ser menor.
A outra reportagem foi sobre acupuntura (Saúde, 10/4). Também não mostrou a opinião de médicos respeitados da área e citou complicações como infecções e perfuração do tórax. Infecções não são complicações da técnica em si, mas da falta de higiene, o que pode ocorrer em várias especialidades.
Gostaria ainda de saber quantas perfurações de tórax pela acupuntura foram registradas até hoje. Raríssimas? Essa informação, sem os números, serve apenas para gerar desinformação e medo.
LENITA NOGUEROL MARTINS (Campinas, SP)

Impostos
Tive o desprazer de saber que mais da metade do preço do tão desejado iPad advém de impostos. Pior é saber que isso se aplica a uma enormidade de produtos e que, com o consumo em alta, poucos têm se importado com essa extorsão. Quem paga o pato é a classe emergente, que não pode ir a Miami para trazer muamba e compra tudo aqui em várias parcelas.
BENEDITO BRITO DE ARAÚJO (Recife, PE)

Trem-bala
O transporte público em quase todo o Brasil é péssimo, sendo que nas áreas periféricas das metrópoles chega a ser desumano. No entanto o governo federal, que se diz popular, pretende financiar, via BNDES (ou seja, com dinheiro público), a construção da linha do trem-bala ligando Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. O detalhe é que somente algumas poucas pessoas poderão pagar o preço da passagem.
Isso é um acinte contra os pobres deste país. Provavelmente a obra levará muitos anos para ficar pronta, a um custo no mínimo três vezes maior que o estipulado.
Um governo sensato jamais entraria numa aventura dessas, mas os delírios megalomaníacos da presidente e de seu antecessor, aliados aos interesses mercantilistas da base aliada, levarão a cabo mais esse projeto nada prioritário.
SANDRO FERREIRA (Ponta Grossa, PR)


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