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SEMANA DO LEITOR - leitor@uol.com.br
Fobias
Em "Estudos derrubam "fobia"
moderna de gordura saturada"
(Saúde, 15/6), seria útil fornecer as
fontes dos estudos publicados para
que os interessados pudessem tirar
suas próprias conclusões.
Infelizmente, e como era de esperar, um dos pesquisadores citados
(Daniel Magnoni) congregava há
bem pouco tempo a abolição das
gorduras -e agora aparece em posição diferente. Suspeito que ele
não estivesse em momento algum
em nenhum dos extremos. Assim, a
"fobia" citada nada mais é que uma
fobia midiática criada pelo maniqueísmo da divulgação científica,
no qual as substâncias passam por
ciclos de condenações e absolvições que não são condizentes com a
boa prática científica.
Compreendo que o leitor não esteja interessado em tons de cinza,
só em preto e branco. Mas isso não
passa de desserviço à ciência e apenas propaga a desinformação, o
obscurantismo e a crendice.
Enfim, são formas diferentes de
encarar uma mesma informação
-a ciência e a mídia-, cada uma
com seus propósitos e objetivos.
ERIK MONTAGNA, professor associado de metodologia da investigação científica da Faculdade Oswaldo
Cruz (São Paulo, SP)
Sem receita
Vi com apreensão a medida da
Anvisa de só permitir a venda de
antibióticos com receita médica.
A automedicação é importante
na manutenção da saúde num
país onde esse sistema público
tem reconhecidas carências. O
surgimento de superbactérias é
um problema menor se comparado às milhares de mortes que a
nova medida pode produzir entre
a população mais carente.
Contraditoriamente, há, no governo e na oposição, os que que
flertam com a proposta de descriminalização do uso de drogas
-neste caso, sem receita.
LYDIA GRODECKA RATUSZNY (São Paulo, SP)
A COPA
EM SÃO PAULO
Acervo UH/Folhapress
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Em 1954, 4º centenário de São Paulo, bandeiras do Brasil, de São Paulo e do SPFC em frente ao terreno preparado para a edificação do Morumbi
Morumbi
Espanta-me, de um lado, alguns políticos e dirigentes defendendo a construção de uma
nova arena em São Paulo, que
custaria até R$ 1 bilhão, e, de
outro lado, ministros condenando o aumento aos aposentados,
que tem um impacto de R$ 1,6
bilhão nos cofres públicos.
Uma medida que beneficiará
milhares de pessoas e que gerou
tanta polêmica custa menos que
dois estádios. Os valores estão
claramente invertidos.
FELIPE BADRA QUESADA (São Paulo, SP)
O MUNDO
PERDE
Saramago
O mundo perde um escritor
do nível de José Saramago e fica
um vazio difícil de preencher.
Uma figura séria, polêmica,
atualizada e, sobretudo, coerente com suas posições em todas
as áreas. No campo religioso,
um ateu convicto, que não fazia
proselitismo e apresentava os
seus argumentos bem fundamentados. Na política, um militante comunista.
E, por fim, o reconhecimento
de seu nível intelectual, um Prêmio Nobel de Literatura.
URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP)
Espero que com a triste perda
do escritor não o transformem
num gênio ou coisa parecida.
Mas não se pode relegar a bonita história de vida que teve -e
que venceu como escritor.
MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP)
Tradução e plágio
Gostei muitíssimo da reportagem "Guerrilheira antiplágio"
(Ilustrada, 14/6), sobre o plágio na
tradução. É uma importante questão, que afeta a todos os que lidamos com textos, seja criando (os escritores, como eu), seja traduzindo.
Na era da internet, quando parece que tudo é de todos, é preciso separar o joio do trigo na questão autoral, pois está em jogo a sobrevivência dos autores e o seu esforço e
talento individual.
Como bem apontava meu ex-professor Haroldo de Campos, o tradutor é também um criador. Há todo
um esforço em trabalhar a língua e
a linguagem, e isso não pode ser
menosprezado.
ISA FONSECA (São Paulo, SP)
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