São Paulo, domingo, 20 de junho de 2010

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SEMANA DO LEITOR - leitor@uol.com.br

Fobias
Em "Estudos derrubam "fobia" moderna de gordura saturada" (Saúde, 15/6), seria útil fornecer as fontes dos estudos publicados para que os interessados pudessem tirar suas próprias conclusões.
Infelizmente, e como era de esperar, um dos pesquisadores citados (Daniel Magnoni) congregava há bem pouco tempo a abolição das gorduras -e agora aparece em posição diferente. Suspeito que ele não estivesse em momento algum em nenhum dos extremos. Assim, a "fobia" citada nada mais é que uma fobia midiática criada pelo maniqueísmo da divulgação científica, no qual as substâncias passam por ciclos de condenações e absolvições que não são condizentes com a boa prática científica.
Compreendo que o leitor não esteja interessado em tons de cinza, só em preto e branco. Mas isso não passa de desserviço à ciência e apenas propaga a desinformação, o obscurantismo e a crendice.
Enfim, são formas diferentes de encarar uma mesma informação -a ciência e a mídia-, cada uma com seus propósitos e objetivos.
ERIK MONTAGNA, professor associado de metodologia da investigação científica da Faculdade Oswaldo Cruz (São Paulo, SP)

Sem receita
Vi com apreensão a medida da Anvisa de só permitir a venda de antibióticos com receita médica.
A automedicação é importante na manutenção da saúde num país onde esse sistema público tem reconhecidas carências. O surgimento de superbactérias é um problema menor se comparado às milhares de mortes que a nova medida pode produzir entre a população mais carente.
Contraditoriamente, há, no governo e na oposição, os que que flertam com a proposta de descriminalização do uso de drogas -neste caso, sem receita.
LYDIA GRODECKA RATUSZNY (São Paulo, SP)

A COPA
EM SÃO PAULO

Acervo UH/Folhapress
Em 1954, 4º centenário de São Paulo, bandeiras do Brasil, de São Paulo e do SPFC em frente ao terreno preparado para a edificação do Morumbi

Morumbi
Espanta-me, de um lado, alguns políticos e dirigentes defendendo a construção de uma nova arena em São Paulo, que custaria até R$ 1 bilhão, e, de outro lado, ministros condenando o aumento aos aposentados, que tem um impacto de R$ 1,6 bilhão nos cofres públicos.
Uma medida que beneficiará milhares de pessoas e que gerou tanta polêmica custa menos que dois estádios. Os valores estão claramente invertidos.
FELIPE BADRA QUESADA (São Paulo, SP)

O MUNDO
PERDE


Saramago
O mundo perde um escritor do nível de José Saramago e fica um vazio difícil de preencher.
Uma figura séria, polêmica, atualizada e, sobretudo, coerente com suas posições em todas as áreas. No campo religioso, um ateu convicto, que não fazia proselitismo e apresentava os seus argumentos bem fundamentados. Na política, um militante comunista.
E, por fim, o reconhecimento de seu nível intelectual, um Prêmio Nobel de Literatura.
URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP)

 

Espero que com a triste perda do escritor não o transformem num gênio ou coisa parecida. Mas não se pode relegar a bonita história de vida que teve -e que venceu como escritor.
MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP)

Tradução e plágio
Gostei muitíssimo da reportagem "Guerrilheira antiplágio" (Ilustrada, 14/6), sobre o plágio na tradução. É uma importante questão, que afeta a todos os que lidamos com textos, seja criando (os escritores, como eu), seja traduzindo.
Na era da internet, quando parece que tudo é de todos, é preciso separar o joio do trigo na questão autoral, pois está em jogo a sobrevivência dos autores e o seu esforço e talento individual.
Como bem apontava meu ex-professor Haroldo de Campos, o tradutor é também um criador. Há todo um esforço em trabalhar a língua e a linguagem, e isso não pode ser menosprezado.
ISA FONSECA (São Paulo, SP)


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