São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2010

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Semana do leitor

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Educação
Por que não obrigamos a aprovação do projeto de lei 480/07, do senador Cristovam Buarque (DF), que obriga que políticos e seus familiares estudem em escolas públicas? Se o povo se mobilizou para aprovar a Ficha Limpa, pode fazer o mesmo para que os agentes políticos se comprometam com a melhoria da educação pública.
Como disse nosso ilustríssimo senador quando disputou a eleição presidencial em 2006, "só três coisas podem salvar o Brasil: educação, educação e educação".
E depois poderíamos fazer o mesmo com a saúde, proibindo que políticos e seus dependentes tenham convênios particulares.
A aprovação do projeto de lei acima, por si só, não melhorará em nada a educação, mas fatalmente forçará o comprometimento da classe política com a causa.
RAFAEL SILVA LEITE (Belo Horizonte, MG)

Trem-bala
É de arrepiar a ideia de um trem-bala num país emergente com tantas prioridades sociais.
Com o valor estimado da obra, R$ 30 bilhões, seria possível construir um milhão de casas populares ao preço médio de R$ 30 mil cada uma. Isso teria muito maior relevância social, ainda mais se as obras fossem distribuídas proporcionalmente nos 5.564 municípios brasileiros.
Um projeto como esse do trem-bala, mais para atender a grandes eventos esportivos mundiais e mostrar falsamente às nações desenvolvidas que o país "também pode", não cabe no orçamento público. Isso é para países de Primeiro Mundo, onde a economia se encontra estabilizada.
Em benefício da classe menos favorecida, resta ao futuro presidente suspender imediatamente essa megalomaníaca ideia.
JOÃO ROCHAEL (São Paulo, SP)

DIFERENÇAS
NA ESCOLA


Heróis
O depoimento de Raimundo Nonato em "Pais barram filho deficiente na escola" (16/8) traduz tudo. Ninguém nunca diz "não". O golpe é mais baixo: a escola não está preparada para receber aquela criança. As dificuldades de transporte; as órteses; a conciliação com o trabalho; o sacrifício de alguma coisa. E o orgulho e o amor incondicionais. Essa é uma história de verdadeiros heróis: Kaio, Raimundo (seu pai) e a anônima diretora da escola, que disse "sim".
DENISE BRESCIANI , médica (São Paulo, SP)

LEGALIZAR
OU NÃO


Laura A. Oda/Associated Press/Oakland Tribune
Homem cultiva maconha para fins medicinais em sua casa em Oakland (Califórnia); votação no conselho municipal pode fazer com que a cidade seja a primeira dos EUA a autorizar completamente o plantio

Maconha
Parabenizo o dr. Ronaldo Laranjeira e a dra. Ana Cecilia Marques pelo esclarecedor artigo "Lobby da maconha" (ontem).
Contradiz a versão de alguns "neurocientistas" em cruzada pela liberação do uso desse psicotrópico. Eu acrescentaria apenas o seguinte: liberada a maconha, quem as famílias de seus dependentes deveriam procurar para atendimento? O Estado, falido na assistência médica? A rede privada, com vagas apenas para procedimentos lucrativos?
Ou os lisérgicos cruzados?
Depois da instalação da dependência da droga, o problema passa a ser das famílias aflitas, e não mais desses descompromissados conselheiros.
HERCULANO KELLES (Belo Horizonte, MG)

 

O segundo artigo do dr. Laranjeira e da dra. Ana Cecilia sobre a maconha contém o erro que havia no anterior, qual seja, caracterizar a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas como "Antidrogas". Desde a lei 11.754/08, passamos a denominar como "sobre Drogas" o que antes era considerado "Antidrogas". A mudança reflete a modificação pela qual essa política passa no país. Cada vez mais vozes dissonantes do discurso da proibição são ouvidas.
E, ao citar novamente o estudo "Cannabis Policy" (2010), os autores do texto omitem que a conclusão do relatório é objetiva: os danos causados na saúde dos indivíduos por consumo de Cannabis são menores do que os causados por sua proibição no conjunto da sociedade.
MARCO MAGRI , cientista social (São Paulo, SP)


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