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SEMANA DO LEITOR - leitor@uol.com.br
Mata atlântica
Tanto se fala em Amazônia que
a mata atlântica parece menos importante. Devastada por séculos, é
um dos biomas mais ameaçados
de extinção no mundo. E o Estado
de São Paulo ainda mantém políticas de regularização do desmatamento, cobrando a preservação de
míseros 20% e a assinatura de termos de compromisso que pouco
são cumpridos para autorizar com
gosto o corte raso. Não há estudos
que ensinem a plantar mata atlântica. Ridículo é trocar um fragmento florestal por mudas nativas
que nem virarão fragmento.
Enquanto isso, o resto do país
discute um Código Florestal que
nunca foi cumprido.
MARIANA GRIMALDI (São Paulo, SP)
Mineração
Inacreditável o artigo "Exploração mineral deve ser feita de forma sustentável" (Mercado, 23/6),
do presidente do Instituto Brasileiro de Mineração. Ele diz que, no
passado, a mineração deixou cicatrizes. Verdade que vale para hoje.
Se alguém duvida, que venha a Minas. Verá crateras imensas e profundas. Recuperação? Parte das minas é transformada em lagos, recuperação bem mais barata do que recompor o solo. O estrago é mais do
que ambiental. Quase nada fica da
riqueza. As usinas estão sendo feitas no Espírito Santo e no Rio. E a
Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), espécie de
royalty, é ridícula: no caso do minério de ferro, 2% sobre o lucro líquido. Em 2009, foram arrecadados
em Minas Gerais cerca de R$ 360
milhões sobre todas as substâncias
minerais, dinheiro que ainda foi dividido entre a União, Estado e municípios. Com o royalty do petróleo,
só o Rio levou R$ 4,5 bilhões.
Enfim, é como se diz aqui: o ouro
pelo menos deixou o barroco, o ferro, apenas o buraco.
THOMÉ S. SANTOS (Belo Horizonte, MG)
POR UM OUTRO MITO
Divulgação
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Michael Jackson em imagem estilizada do disco "Thriller"; dia 25 completou-se um ano de sua morte
Um ano
Fiquei emocionada com o texto do ministro Carlos Ayres Britto sobre Michael Jackson ("Tendências/Debates", 25/6).
Com sua esquisitice voluntária, brindou-nos por décadas
com seu talento, sua música,
seu canto, sua dança. Por ser
nosso ídolo, simplesmente nos
acostumamos a ele, e sentimos
falta de sua figura intocável,
agora rara em nosso vídeo.
Quando aparecia, meu Deus,
era aquele sonho, uma figura
impactante. Qualquer nota sobre ele atiçava a nossa imaginação: será realidade ou fantasia?
Sua energia, seu olhar e seus giros desafiavam qualquer julgamento. Apenas o admirávamos,
com um amor imenso. Agora estamos órfãos e, quem sabe, à
procura de outro mito.
TEREZINHA DIAS ROCHA (São Paulo, SP)
AGRICULTOR, O INCOMPREENDIDO
Código Florestal
Parabenizo Melchiades Filho
(Opinião, 25/6) por defender a
imagem do nosso incompreendido agricultor, mesmo correndo o
risco de se tornar alvo de ONGs.
Nos anos 80, a Associação de
Agricultura Americana pagava
US$ 300 por hectare não plantado! Agora esses assalariados da
ecologia querem eliminar (sem
pagamento) as plantações de café
em Minas, de maçãs em SC e de
arroz de várzea em todo o país. A
Promotoria e os governadores devem impedir tal barbaridade.
OSNY SILVEIRA JÚNIOR (São Paulo, SP)
Irônica vingança
O editorial "Procura-se engenheiro" (Opinião, 22/6) me fez
lembrar da minha adolescência,
nos anos 80, quando meu sonho
era ser engenheiro. À época, as escolas técnicas, preparatórias para
futuros engenheiros, foram brutalmente sucateadas, abandonadas à
própria sorte, como se fossem fantasmas da então crise pós-"Brasil
Grande" dos anos 70.
Resultado: poucos colegas se formaram e menos ainda trabalham
na área. Eu mesmo desisti e formei-me em direito. Agora colhe-se a falta crônica de profissionais preparados, na mais irônica vingança daqueles dias em que se encerravam
cursos técnicos de período integral.
PAULO ROGÉRIO BASTOS COSTA, promotor de
Justiça (Lorena, SP)
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