São Paulo, domingo, 30 de agosto de 2009

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Semana do leitor

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Palocci e Francenildo

"Olha, mas me deu uma tristeza tão grande, uma desilusão tão imensa essa cara de pau do Supremo, que eu quase desisti.
Mas não. Pois a honestidade, a humildade e a grandeza do caseiro -que pediu para ser ouvido e, obviamente, teve o pedido negado- fizeram-me mudar radicalmente de intenção. É justamente a coragem de Francenildo que me inspira hoje a continuar escrevendo, falando, implorando para que os brasileiros se mobilizem. Foi com coragem e uma quase ingênua esperança que esse brasileiro, mesmo sabendo que poucos dias atrás todas as gravíssimas denúncias contra outro "político de profissão" tinham sido sumariamente arquivadas, compareceu, impávido, à audiência. No final, estava triste, desiludido, ferido. Exatamente como todo o Brasil deveria estar."
NEVILLE LYON (Roma, Itália)

 

"O STF, por meio de seus cinco ministros políticos, ao isentar uma vez mais Antonio Palocci de responsabilidade por atos criminosos que cometeu, segundo provas colhidas pelo Ministério Público, condenou inexoravelmente o caseiro Francenildo Pereira, que, com o resultado, caiu com os outros quatro. Compete a nós, eleitores, julgá-lo nas urnas."
RUBENS CESAR PATITUCCI (São Paulo, SP)

 

"Creio que esse placar, 5 x 4, foi muito apertado e não habilita Palocci para cargos públicos, onde se exige reputação acima de quaisquer suspeitas."
ANTONIO JULIO AMARO (São Caetano do Sul, SP)

 

"Essa votação no Supremo mostrou, mais uma vez, que neste nosso país existem dois Brasis. Um, o desses senhores feudais; o outro, o dos miseráveis, que é o nosso.
CLAYDSON COELHO DE CAMARGO (São Paulo, SP)

 

"Leigo em direito, mas não analfabeto, não entendi o voto do ministro Cezar Peluso, que, depois de mostrar todo o roteiro de encadeamento da quebra de sigilo, optou por não acolher a denúncia."
CARLOS ALBERTO SOUZA (Uberlândia, MG)

 

"Estou aguardando as manifestações dos companheiros do PT e aliados contra a decisão do STF, pois, mais uma vez, o excluído continuou excluído e o poderoso se saiu bem. Mas até agora só os "elitistas" foram a favor do menos favorecido."
FRANCISCO COSTA OLIVEIRA (São Paulo, SP)

 

""O ministro da Fazenda não detinha poder funcional de determinar ao presidente da Caixa o acesso à conta bancária".
Pelos votos de Eros Grau, Ricardo Lewandowski, Cezar Peluso e Ellen Gracie, parece que eles têm vivido em algum país/ Estado/cidade que nunca foi governado pelo PT ou pelos seus aliados. Aqui tudo pode, senhores ministros, desde que seja para livrar toda a turma poderosa de quaisquer malfeitorias. Se não fosse assim, os representantes da cleptocracia petista não vacilariam em abrir para o povo a caixa-preta da Petrobras.
Se, no Brasil, qualquer suspeito pode ingressar na política sem correr qualquer risco de ser intimidado, por que políticos profissionais poderosos do PT não dariam uma carteirada para intimidar Francenildo?
Defesas indefensáveis e articulações até ridículas, como a do blog da Petrobras, por exemplo, são, para mim, a certeza de que Palocci é candidato a eterno suspeito, assim como a Petrobras está entregue a um bando de suspeitos.
E, lamentavelmente, voltamos à estaca única, em que os mais pobres são os únicos prejudicados, quando não culpados, perante a "justiça". (E Gilmar Mendes terá subido no conceito desse pessoal?)."
HELENA DE ALMEIDA PRADO BASTOS (São Paulo, SP)

 

"Alguns fatos que têm alguma ligação entre si estão em evidência. O mais recente foi a decisão do STF a favor de Palocci em relação às acusações vindas de um ex-caseiro. Ou seja, o "julgamento" obedeceu os trâmites legais, e ponto final.
Vem a seguir a situação da ex-secretária da Receita Federal, que, depois de demitida, vem a público fazer uma denúncia contra uma possível candidata nas próxima eleições presidenciais. E, com afirmações sem sustentação, merece amplo destaque na mídia.
Por fim, o caso Sarney, com as críticas às decisões tomadas pelo Conselho de Ética, que arquivou as acusações contra o senador. Mas não se veem críticas em relação ao arquivamento, pela mesma comissão, das acusações contra o senador Arthur Virgílio. Temos situações que mostram a necessidade de avaliações isentas, que levem em consideração o interesse em soluções transparentes.
Afinal, o objetivo é justamente que todos os fatos sejam debatidos e explicados e que os verdadeiros culpados paguem pelos seus erros."
URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP)

O bom combate

"No dia 19/8, a Folha trouxe a reportagem "MEC rejeita texto que obriga a pôr deficiente em escola comum" (Cotidiano), acerca de um assunto crucial, que envolve mais de 3 milhões de brasileiros, entre deficientes, em seus diferentes graus de comprometimento, e familiares diretos.
É de esperar que a Folha desdobre essa iniciativa, trazendo agora dados mais explícitos do parecer que obriga aos pais a matrícula de seus filhos deficientes em escolas comuns. É inadmissível que a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down opere só em causa própria, defendendo a homologação da "obrigatoriedade" da matrícula, como a ignorar o extenso rol de deficiências e os seus diferentes graus de comprometimento.
Como pai de um rapaz portador de síndrome desconhecida e membro de uma escola de referência, que propugna por alfabetizar e instrumentalizar as crianças deficientes para a autonomia possível, afirmo, após 20 anos de luta cotidiana, que as escolas regulares jamais estarão aparelhadas para atender as complexas e diferenciadas necessidades demandadas.
Alguém de bom senso acha razoável que uma professora que atende cerca de 35 ou mais alunos de uma classe regular, já com todos os reais problemas decorrentes dessa superpopulação, será capaz, por exemplo, de lidar com uma súbita "convulsão", tão frequente em crianças especiais, como observo na escola de meu filho?
Não confundamos, por fim, direito com obrigatoriedade.
Que cada um tenha o direito de matricular seu filho na escola que melhor lhe convier, que lute o bom combate da inclusão social, da independência e da cidadania de cada um desses queridos filhos, sem cultivar, porém, o germe de um segregacionismo às avessas, inoportuno e desfavorável ao conjunto de todos os alunos especiais."
FERNANDO BORGATTO (São Paulo, SP)

Polícia

"O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, disse que a Polícia Civil se encontra em estado de absoluta inépcia e letargia (Cotidiano, 27/8).
É incrível que o secretário, que já fez parte de outra pasta na gestão tucana, que se arrasta por 15 longos anos em São Paulo, tenha se esquecido de mostrar o porquê dessa situação.
Se em 15 anos o PSDB não conseguiu informatizar, reestruturar e investir na Polícia Científica para agilizar e melhorar a qualidade das investigações -e nem dar uma remuneração digna aos policiais-, quanto tempo será preciso?
Será que o secretário acredita que seus antecessores sejam amadores e somente ele tenha o dom de corrigir em meses o que não foi feito em anos?
A verdade é que pagamos impostos de Primeiro Mundo e temos investimentos em segurança pública de Terceiro.
Somos reféns de uma gestão que gasta milhões em propaganda em detrimento da segurança de seus cidadãos.
Ao entrarmos numa delegacia, podemos ver que, após 15 anos, o governo do PSDB jamais se preocupou com os seus servidores e com a sua população."
RAFAEL MOIA FILHO (Bauru, SP)





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