São Paulo, Domingo, 18 de Dezembro de 2011

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Jesus Zola Superstar

por Adriana Küchler

Nova diva gótica, a cantora americana Zola Jesus vem ao Brasil em janeiro com um plano: conhecer loja de sapatos

Antes que você se pergunte: sim, o nome Zola vem do escritor francês Émile Zola (1840-1902), e Jesus é dele mesmo, Jesus Cristo. "Nos EUA, ninguém usa esse nome fora do contexto religioso. Quis criar um significado novo para a palavra Jesus", explica Zola Jesus, codinome da americana de ascendência russa e nova diva platinada Nika Roza Danilova, 22.

Nika/Zola fala à Serafina por telefone, em um trem, entre Milão e Bolonha, na Itália. Está em turnê pela Europa, vai excursionar pelo mundo todo em 2012, faz parte de várias listas de novos melhores artistas desse e do ano passado e é dessas raras oportunidades de assistir por aqui a um show antes de o artista atingir o auge. Zola canta no dia 19 de janeiro, no Clash Club, em São Paulo.

Acaba de lançar seu terceiro álbum, "Conatus". "Sinto, constantemente, que estou correndo contra o tempo. Ainda não tenho orgulho do que faço para poder relaxar e tirar uma folga." Zola tem pressa.

E não é de hoje. Começou a estudar ópera por conta própria aos sete anos de idade, com aulas de canto em fitas cassete, numa floresta no meio do nada, no Estado de Wisconsin, no interior dos EUA, onde foi criada. "Cantar sempre foi um ato primitivo para mim, como correr por aí."

Classificada pela crítica como gótica, ela teme ficar presa a um conceito que "está na moda": "Não quero vampiros associados à minha música". Com seu estilo denso, canções dramáticas e voz hipnótica, Zola já citou Tina Turner entre suas referências, mas hoje diz não ter ídolos nem modelos. É comparada a nomes como Kate Bush.

Zola estudou filosofia na faculdade. "Pelo mesmo motivo por que escrevo músicas. Quero entender o mundo, e as duas coisas me ajudam."

Como se tivesse uma cruz para carregar, sempre cita luta, dor e desordem quando fala de música -já disse que seu sonho era compor canções "que fazem as veias doerem".

"Metade das minhas músicas é sobre amor e relações maravilhosas. Mas mesmo as canções de alegria representam um esforço porque tudo na vida é esforço."

A minidiva fica muda e logo gagueja quando lhe pergunto sobre o Brasil. Samba, mulatas, futebol, nada disso faz parte do imaginário dela sobre o país. "Não conheço artistas brasileiros. Só sei que a música e as pessoas são emocionais, não têm medo de sentir e de dizer coisas. Temos isso em comum."

Se o Pão de Açúcar e Copacabana não dizem nada para a loira, um cantinho da rua Oscar Freire, no bairro dos Jardins, em São Paulo, promete fazê-la suspirar (e gastar): Zola é fã dos sapatos Melissa.

"Tenho que ir a essa loja. Amo as sandálias deles e as colaborações que fazem com estilistas famosos", diz a cantora. "São sapatos bizarros e estranhos, e eu me conecto com isso."


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