São Paulo, domingo, 19 de dezembro de 2010

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TERETETÉ

Dancing Days

por TETÉ RIBEIRO

A dançarina americana de neo burlesque Mimi Le Meaux Está no filme francês "Turnê", de Mathieu Amalric; e participa do documentário "Tikimentary", do brasileiro Duda Leite

Você é a personagem feminina central do filme "Turnê", do ator francês Mathieu Amalric. Como ele a descobriu?
Eu e minhas colegas fazemos shows na França desde 2004. Ele sempre ia nos ver. Um dia contou que ia fazer um filme com dançarinas de neo burlesque e eu achei que ele queria que a gente treinasse as atrizes. Mas ele queria a gente no filme, todas nós. Foi incrível. Já o Duda Leite fez (o documentário) "Tikimentary" sem eu nem saber, mas filmou uma apresentação minha. Depois ficamos amigos. O filme passou por vários festivais e estreia no Brasil em março.

O que é novo no neo burlesque?
Antigamente, os donos dos clubes eram homens. As mulheres trabalhavam para eles fazendo strip-tease. Agora, tem homens em alguns shows, clubes cujas donas são mulheres e as dançarinas não fazem só strip-tease, é um show artístico. Mudou a relação de poder, e a apresentação incorporou elementos de humor, de política, de comportamento.

O neo burlesque é mais feminista hoje em dia?
Sou uma artista, não tenho nenhuma motivação política. Nem sei explicar o feminismo ou o que ele fez por esse tipo de apresentação, mas sei que é diferente de antigamente. E nenhum homem manda em mim. Isso jamais.

Como se interessou por esse tipo de apresentação?
Eu sou apaixonada pela cultura dos anos 1950, aquelas músicas, carros, roupas, móveis. E moro em San Diego, na Califórnia, muito perto de Tijuana, no México. Nos anos 1950 a elite de Hollywood ia muito a Tijuana para os cabarés. Então comecei a pesquisar e me apaixonei.

Sempre se sentiu sexy?
Não, eu era muito tímida e morria de vergonha do meu corpo. Tive muitos problemas na escola, era a gordinha de quem todos riam no recreio. Talvez isso também tenha me atraído para imagens do passado. As "pinups" eram cheias de curvas, mas as modelos da minha infância já eram essas magrelas. As roupas vintage me serviam, ao contrário das roupas das lojas modernas. Mesmo as roupas para mulheres "plus", como chamam hoje em dia, não me servem, porque aí é pra gente obesa, que não tem curvas, não tem cintura, não quer ser sexy.

Como faz para ver você ao vivo? Onde a pessoa tem que ir?
Do fim de dezembro até o fim de janeiro, estarei em cartaz em Paris, com o show completo. Depois vou para Taiwan e Hong Kong. Meus destinos estão sempre atualizados na minha página do Facebook, aberta para todos.

Meus editores insistem que eu pergunte a sua idade...
Pode dizer que eu tenho entre 29 e 55 anos (risos). 

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