São Paulo, Domingo, 25 de Março de 2012 |
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ENSAIO que comédia!por Miro Sete atores-humoristas brasileiros se DESPEM, SE vestem e riem de si mesmos, subvertendo seus próprios personagens e personas para a sua, a nossa diversão ÂNGELA DIPHá três meses, a gaúcha completou 50 anos. Está há 28 em São Paulo e seu personagem mais lembrado, a "toda cor-de-rosa" Penélope, do "Castelo Rá-Tim-Bum", já tem 18 anos. Com a peça "O Barril", na qual se molda em 45 posições diferentes, está em cartaz há 14... E ela confessa que esse negócio de números é uma obsessão. Números e "pin-ups". Seu próximo espetáculo estreia neste ano e se chama "Pin-Up Comedy". Também é louca por comediantes de filmes mudos. "Amo o Buster Keaton porque ele é sério, ele não ri!" E por cremes. "Se não tenho nada para fazer, passo creme." Ao lado de Juan Alba, ela reestreia a comédia musical "Sabor a Freud" neste mês, no Teatro Vivo. E segue em turnê pelo interior paulista com o "stand-up" "La Putanesca". TATÁ WERNECKA carioca de 28 anos trocou o Rio por São Paulo e o teatro pela MTV. E revelou-se, de dois anos para cá, uma das humoristas mais anárquicas do país. De pensamento e fala rápidos e figura pequenina, parece uma "bonequinha", diriam os desavisados. Mas Talita Werneck Arguelhes, publicitária de formação, comediante por vocação, não seria uma boneca como outra qualquer. "A noiva do Chucky é a minha cara; amei buscar uma verdade numa coisa totalmente caricatural, sem vida aparente. Sou toda caras e bocas." E diabólica, dissimulada, ataca quando menos se espera. "Essa é a graça dos filmes de terror com brinquedos assassinos", acredita. Além de aparecer todas as quintas-feiras, às 22h30, no "Comédia MTV", seu espetáculo "5ª Categoria", está em turnê pelo Brasil. MARCELO MÉDICIMaratonista seria uma boa descrição para o paulistano de 40 anos, que troca de roupa e de atitude mais de 20 vezes em suas duas peças em cartaz em São Paulo. A primeira, "Eu Era Tudo pra Ela e Ela Me Deixou", está no teatro Faap. E seu maior sucesso, o monólogo "Cada Um com Seus Pobrema", voltou ao shopping Frei Caneca, às terças e quartas. Lá atrás, em 1993, consta do currículo de Marcelo uma montagem de "Laranja Mecânica", dirigida por Olayr Coan. "Foi a primeira adaptação feita no Brasil", conta. "Eu era o policial que fazia lobotomia no Alex." Neste ensaio, encarna Alex, o protagonista violento e perturbado do longa de Stanley Kubrick (e do livro de Anthony Burgess). "Nem todo ator consegue fazer comédia, mas todo comediante precisa ser bom ator", define. MARIANNA ARMELLINIA paulistana de 33 anos pode ser vista às quartas no Multishow, no programa "Olívias na TV". No resto da semana, viaja com o espetáculo "Mulheres com X", ao lado das colegas Cristiane Wersom, Renata Augusto e Sheila Friedhofer, do coletivo "As Olívias". A inspiração, claro, vem da namorada do marinheiro Popeye. "Minha mãe não me deixava ir de Olívia Palito às festas à fantasia. Eu tinha que ser princesinha, alisar o cabelo", desabafa. Foi pensando nesse estereótipo que ela criou, com três amigas de faculdade "altas e magrelas", o grupo que inspirou a foto. "Como não sou linda, sempre fui levada a ser mais perua, não podia assumir minha magreza, minha esquisitice. A Olívia Palito é como a Marilyn Monroe para mim." MÁRCIO BALLASAos 40, o paulistano diz com orgulho: "sou um palhaço". Essa é a profissão escolhida por esse ator, fã do grupo inglês Monty Python e do mímico norte-americano Avner Eisenberg. E que já integrou os Doutores da Alegria e os Palhaços sem Fronteiras ("Clowns sans Frontières"), fazendo graça em meio à guerra, em lugares como Kosovo e Madagáscar. "Pense num lugar em conflito, onde não acontece nada nem chega ninguém além de médicos, e de repente aparece uma trupe com uns caras esquisitos, montando o palco... Era sempre estranho e bom, recompensador", lembra. Um dos criadores do grupo Jogando no Quintal, Ballas atualmente está em cartaz no teatro Comedians, em São Paulo, com "Noites de Improviso", às quartas-feiras, e no programa "Cante se Puder", do SBT, também nas noites de quarta. MARCO LUQUEO paranaense de 37 anos já jogou em um time de futebol da segunda divisão na Espanha, mas não aguentou a rotina. Voltou ao Brasil com a intenção de virar artista plástico, migrou para o teatro e caiu no humor. "Durante uns três anos da minha vida, me garanti sendo palhaço", conta. A experiência nos campos deu fôlego ao humorista. Vive cinco personagens no espetáculo "Labutaria", às terças-feiras, no teatro Procópio Ferreira. Seus personagens Jackson Five e Silas Simplesmente estão na rádio Mix FM. E faz parte do elenco do programa "CQC", da Band. Nas páginas de Serafina, homenageia o cantor Wando (1945-2012). "Uma vez ganhei uma carta de uma fã escrita em uma calcinha. Mas, como a carta era grande, veio numa calçola de vovó. Nas de hoje não caberia nada." RAFINHA BASTOSQuase dois metros de altura, 35 anos de idade. A trajetória humorística de Rafinha Bastos, nome que arrepia o cabelo de muita gente por aí, começou por acaso, nos EUA. Ele se mudou para lá nos anos 1990 para tentar a sorte como jogador de basquete. Menos agressivo nas quadras que nos microfones, não deu certo como esportista, mas criou um site para suas piadas, a "Página do Rafinha". E pronto: tinha uma nova profissão. Anos depois, em São Paulo, abriu a primeira casa dedicada ao "stand-up" do país, a Comedians, na rua Augusta. Agora, se prepara para estrelar e produzir a versão brasileira do programa norte-americano "Saturday Night Live", na Rede TV!. E no canal pago FX, estreia, em maio, o reality "A Vida de Rafinha Bastos". Texto anterior: FINOS: Cineasta e escritor curtem sua obra mais ambiciosa, porKarla Monteiro. |
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