São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2008

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15 minutos: Olga Kurylenko

Kurylenko, muito prazer

por CRISTINA FIBE, em LOS ANGELES

Guarde bem este rosto. No novo filme da série Bond, "007 Quantum of Solace", que estréia em 7 de novembro, as sul-americanas terão de se sentir representadas por ela, a ucraniana Olga Kurylenko. Aos 28 anos e com uma carreira-relâmpago como atriz, a ex-modelo competiu com latinas de diversos países, mas seus olhos verdes foram os que mais combinaram com os azuis de Daniel Craig. A "química" entre os dois, segundo o diretor, Marc Forster, foi o que motivou a escolha de uma européia para o papel da "Bond girl" latina.

Em Los Angeles, a um grupo de jornalistas, Olga conta que se bronzeou e treinou o sotaque para as poucas falas que sua personagem, a boliviana Camille, precisa dizer enquanto busca vingar a morte da ?família. Com o corpo jogado na cadeira, a bela Olga, de novo branquela, parece um tanto aturdida na ciranda do showbiz em que acaba de aterrissar.

SERAFINA - Quando você começou a estudar teatro?
OLGA KURYLENKO - Há muito tempo. Quando eu era criança, fiz aulas de teatro na escola, não sei quantos anos tinha, 10, 11, 12. Depois que me mudei para Paris e comecei a trabalhar como modelo, voltei a fazer aulas.

SERAFINA - Mas como percebeu que queria ser atriz?
OLGA - Não achei que fosse possível fazer disso uma profissão, principalmente no meu país. Não pensava, era uma coisa tão distante. Quando me mudei para Paris, uma das capitais do mundo... Tudo é possível lá, tudo existe. Se eu tivesse ficado na minha cidade, não teria tido oportunidade nenhuma, tenho sorte de ter saído de lá.

SERAFINA - Você se lembra da primeira vez em que assistiu a um filme do James Bond?
OLGA - Acho que foi depois do colapso da União Soviética, mas não faço idéia de que filme era.

SERAFINA - Você esperava ser escolhida?
OLGA - Depois do primeiro teste, não. Aí recebi um retorno... No segundo, eles foram tão educados, tão bonzinhos, mas não falaram se eu tinha ido bem, disseram "Muito obrigado. Adeus". Quando as pessoas te dizem isso, em geral, quer dizer que você não conseguiu o papel. Liguei para o meu empresário e disse que não havia conseguido. E ele: "Não, acabaram de me ligar, disseram que foi maravilhoso e querem te ver para o último teste". Falei: "Você está brincando? Não senti nada disso"! O terceiro foi com Daniel, achei que tinha ido bem, gostei de atuar ?com ele, mas não podia saber se eles tinham gostado. Então esperei por três semanas, ou mais... E um dia eles me ligaram, na véspera do Natal.

SERAFINA - Camille não é a "Bond girl" típica. Ela tem sua própria história, não depende do protagonista. Como você se preparou para o papel?
OLGA - Fui muito bem treinada... Não tenho certeza do que você está perguntando... Estou tão cansada. Desculpa [risos]. Fico muito feliz que ela seja uma personagem forte, as outras eram mais femininas, o que é doce, mas é muito interessante interpretar alguém com mais personalidade, mais profunda. É um trabalho interno, que começa na hora em que você lê o roteiro. E também tive que trabalhar o sotaque, passei horas com pessoas que falavam espanhol.

SERAFINA - O papel foi mais difícil pelo fato de você ser ucraniana e ter que interpretar alguém da América do Sul?
OLGA - Foi mais difícil, porque havia coisas a mudar, como o sotaque e a aparência. Eu tinha que parecer latina e achei que precisava de um bronzeado. Quando fico com a pele mais escura, tenho uma aparência mais latina.

SERAFINA - E o próximo filme?
OLGA - É "Kirot", o longa israelense que acabo de terminar. Filmei logo depois do "Bond", não acredito que fiz isso...

A jornalista viajou a convite da distribuidora Sony

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