São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 2011

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TERETETÉ

Tudo ao mesmo tempo

por TETÉ RIBEIRO

Em abril, a atriz Julia Lemmertz estará na TV, no cinema e no teatro. antes que o último capítulo da novela "araguaia" vá ao ar, entra em cartaz o filme "Amor?", em que ela é uma das protagonistas. E, para coroar o grande momento da atriz, dia 15 estreia em São Paulo a peça "Deus da Carnificina"

Mais alguma novidade, além de estar em todos os veículos ao mesmo tempo? Tem mais uma coisa, sim, vou lançar a biografia da minha mãe, Lilian Lemmertz, pela Coleção Aplauso [Imprensa Oficial], em São Paulo.

Você participou bastante da feitura do livro? Muito, dei todo o material que eu tinha, indiquei pessoas que poderiam ser entrevistadas, li tudo antes. O livro ficou lindo, grandão, cheio de fotos.

Sua decisão de virar atriz teve a ver com o fato de ser filha de dois atores? [O pai de Julia, Lineu Dias (1928-2002) também era ator] Não tem essa de por acaso. O assunto faz parte da sua vida, é acaso se a filha de dois médicos virar advogada, mas, se virar médica, é por influência, sim, claro.

Seus filhos vão seguir esse caminho? Miguel, o caçula, tem 11 anos e só pensa em guitarra e futebol por enquanto. Mas minha filha mais velha, a Luiza, de 22 anos, já é atriz. Ficou um ano com o Zé Celso Martinez Corrêa e saiu transformada, foi muito legal.

Você começou a namorar o Alexandre Borges durante uma temporada de "Hamlet" dirigida pelo Zé Celso. Aquele ambiente ultraliberal ajudou a aproximação? Aquilo ali é uma doideira, encontrar um parceiro naquela loucura é sensacional. A gente já se conhecia, já tinha um encanto, mas estávamos envolvidos com outras pessoas. Nos reencontramos no "Hamlet" e aí o namoro engatou. Depois fizemos várias coisas juntos, filme com cenas de sexo, comédia na TV. E um filho.

A peça "Deus da Carnificina" é escrita por uma autora francesa, fez sucesso na Broadway e foi traduzida para vários países. O que a faz universal? Segundo a autora, Yasmina Reza, existe um animal pré-histórico dentro de cada um de nós. A gente finge que não, mas, na hora em que a chapa esquenta, todo mundo pula igual.

Na trama, dois casais decidem conversar sobre um incidente que envolveu seus filhos e se revelam mais infantis que as crianças. Já se pegou fazendo algo parecido? Ainda não (risos). Mas eu sempre me envolvo, quero saber o porquê das brigas, quero ir até a origem das coisas. Nunca deixei acontecer na minha vida o que acontece na peça, mas vai saber…

Acredita que, provocado, qualquer um de nós pode agir assim? Acredito, sim. A gente vê coisas muito piores por aí. Violência gera violência. Se me atacarem, eu me defendo, tem um personagem que diz isso na peça e eu concordo.

Violência também é o tema do filme "Amor?" do João Jardim, né? O amor, o sentimento mais nobre de todos, provoca as maiores barbaridades. Uma pessoa diz no filme que só existe o sádico porque tem o masoquista, um alimenta a doença do outro.


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