São Paulo, Domingo, 29 de julho de 2012

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FINO

EM RITMO DE AVENTURA

por Katia Calsavara

BAIANO JOÃO MIGUEL ESTRELA LONGA EMBALADO PELO SOM DE ROBERTO CARLOS E LEVA A VIDA COM O PÉ NA TÁBUA

Caminhando pela avenida Paulista, o baiano João Miguel para no parque Trianon e observa um senhor que demora "horas" para vestir suas meias. "Entendo melhor o mundo me deslocando. Preciso observar o tempo todo, detalhes do cotidiano me interessam", diz.

Aliás, por conta da profissão, o que ele mais tem feito é se deslocar. Desde sua estreia no teatro, aos nove anos, passando pela experiência como palhaço com o grupo Piollin, ele busca a zona de desconforto em seu trabalho.

Com um apartamento em São Paulo e outro no Rio, atualmente João Miguel vive mais na capital paulista, que diz adorar, e onde está filmando o novo longa do diretor Kiko Goifman -com o crítico Jean-Claude Bernardet no elenco.

Tomamos um ou dois cafés na Paulista, por onde o ator vive caminhando sem rumo. Atrás de óculos de grau e chapéu, ele é pouco reconhecido, não fossem alguns olhares curiosos para nossa mesa.

Aos 42, ele tem no currículo a notável marca de 22 longas. Em "Cinema, Aspirinas e Urubus" (2005), que o projetou nacionalmente, ele pega carona com um alemão e segue em busca de uma vida melhor.

Agora, é ele quem dá carona a um menino perdido (o ótimo Vinicius Nascimento), em "À Beira do Caminho", de Breno Silveira, que estreia em 10/8.

Embalado por músicas de Roberto Carlos, o filme versa, claro, sobre o amor, mas também sobre perdas, encontros e desencontros. "Ouvimos Roberto o tempo todo nas filmagens. Eu adoro, ouvia direto com meus pais. No filme, sugeri 'Amigo'. O primeiro número de palhaço que eu fiz na vida era cantando essa música."

"Foi o trabalho em que mais chorei", conta. "Quantas perdas de amor não te transformam? A experiência da morte em vida está no fim de um amor, porque você perde alguém que está vivo", diz o atual solteiro.

SEM MEDO

"O teatro é o lugar onde eu existo melhor", acredita. O monólogo "Bispo" (2001), baseado na vida e na obra do

artista plástico Arthur Bispo do Rosário, foi um projeto 100% autoral, que o nutriu de segurança para seguir na carreira. O diretor Marcelo Gomes o viu em cena e o escolheu como protagonista de "Cinema, Aspirinas e Urubus".

Sem medo, atuou em outros filmes de estreantes, como "Cidade Baixa" (de Sérgio Machado, 2005), "Estômago" (Marcos Jorge, 2007), "Mutum" (Sandra Kogut, 2007) e "A Hora e a Vez de Augusto Matraga" (Vinicius Coimbra, 2011).

Em novembro, volta aos palcos com o monólogo "Só", que rendeu-lhe um Shell de melhor ator. "Procuro o inusitado. É isso o que eu quero cada vez mais em cena."


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