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Professor Pardal
Autodidata em eletromecânica, funcionário dos correios viaja o país inteiro divulgando seu invento,
um aparelho que ajuda a economizar combustível
Houve um tempo em que os brasileiros podiam optar por dois tipos de gasolina: a normal e a azul. Quem não tinha dinheiro para encher o tanque com a azul, mais cara, misturava as duas, na esperança de melhorar o desempenho do carro. Roberto de Sá Gonçalves, 62, um funcionário dos Correios no Rio de Janeiro, ficava indignado com a situação. Depois de muitas experiências na garagem de casa, inventou um aparelho para economizar combustível, o Qmeter. E não é que deu certo?
O invento estabiliza a corrente transmitida pela bobina para as velas e proporciona uma queima mais eficiente do combustível. "Não podia melhorar a gasolina, então, melhorei a combustão", diz. "O carro anda mais, gasta 30% menos combustível e sua poluição diminui 25%."
A primeira patente saiu
em 1975 e, três anos depois, começaram as vendas. Até hoje, Pardal, como é conhecido, ganha dinheiro com seu invento, agora na versão Qmeter Mix (funciona para gasolina, álcool e gás).
Pardal, que estudou até o segundo grau e é autodidata em eletromecânica, faz suas vendas na base da propaganda boca-a-boca, pela internet e por meio de revendedores. Seu invento já foi testado e considerado eficaz por algumas empresas, inclusive na França, mas não houve interesse da indústria em comercializá-lo. Além do Qmeter Mix (R$ 130 cada um ou R$ 480 o jogo com quatro), inventou um pula-pula, um capacete com retrovisor e um sanitário descartável e
trabalha num sistema para
apagar incêndios causados
por cigarros nas estradas.
Pardal também fundou a Academia Brasileira dos Inventores, que já conta com 1.063 membros. E quer oferecer assessoria jurídica e técnica aos inventores pobres.
"Tem muita gente boa
inventando coisas no Brasil, mas sem dinheiro para botar
no mercado."
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