São Paulo, terça-feira, 29 de março de 2005


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Entrevista - Ana Cavalcanti

Razão e fé

A aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto de lei que permite o uso de células-tronco embrionárias em pesquisas tem uma heroína: Ana Cavalcanti, 41. Não foi como fisioterapeuta nem como deputada estadual (PP-PE) que essa paulistana entrou para a história do avanço das pesquisas genéticas no país, mas como filha do deputado Severino Cavalcanti (PP) -a quem ela convenceu que a única maneira desses embriões contribuírem para a vida era sendo utilizados nas pesquisas.

Sinapse - Você colabora mais para a saúde como deputada ou como fisioterapeuta?
Ana Cavalcanti -
Quando me candidatei, o cirurgião que trabalhava comigo dizia que eu não ia fazer bem nem uma coisa nem outra, porque mergulho de cabeça no que faço. Mas um grupo de pacientes falou que se eu abraçasse a política como abraço a profissão, com sensibilidade, faria bem a todo o Estado.

Sinapse - Mas foi como filha do presidente da Câmara que você deu sua maior contribuição.
Ana -
Meu lobby com papai foi muito menor do que a presença de portadores de necessidades especiais esperando por ele na Câmara.
Sinapse - O atraso nas pesquisas atrapalhou seu trabalho?
Ana -
Trabalhei com crianças com distrofia muscular progressiva, uma doença genética. Ver os irmãos pequenos assistirem à dor dos mais velhos sabendo que um dia passariam por isso sensibiliza qualquer um.

Folha - Você acredita que a aprovação do projeto vai lhe ser útil?
Ana -
Receio que gere expectativas de resultados imediatos e frustre a população.


Liane Faccio colaboração para a Folha


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