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Jogo de pressões nos EUA confunde deputados e público

DE WASHINGTON

Além da retórica vaga do Sopa, o lobby intenso dos dois lados do debate deixou o público no escuro.

Os deputados que participaram da audiência da Comissão Judiciária da Câmara na quarta passada, acompanhada pela Folha, se mostraram confusos ao falar da necessidade de proteger os direitos autorais sem contudo recair na censura ou prejudicar o comércio on-line.

"Que efeito isso terá sobre os pequenos negócios?", perguntou o deputado Bob Good-late, aludindo a uma possível fuga de anunciantes.

Há controvérsia, aliás, sobre a forma como a proposta é tratada na Câmara. Na audiência da comissão, cinco das seis testemunhas convocadas a depor defendiam o Sopa. Apenas Katherine Oyama, do Google, falou contra.

Pesquisa da Universidade Columbia expõe a desinformação resultante da guerra de versões. As respostas do público se invertem conforme se enuncia a questão.

Invariavelmente, a maioria defende punição aos piratas. Mas quando as palavras "censura" e "intervenção do governo federal" entram na conta, o apoio encolhe.

Multas são vistas como a pena mais adequada. E 54% acham que cabe à Justiça decidir sobre os casos -não ao Executivo e às empresas que tiveram os direitos violados, como propõe o Sopa.

Outra solução respaldada nas respostas do público é o barateamento de serviços pagos de distribuição de conteúdo, como o Netflix.

O assunto é tratado como urgente, pois o problema cresce em ritmo tecnológico. Quase metade dos que responderam à pesquisa (46%) admitiram ter acessado conteúdo pirata. Se a pergunta é feita a adultos com menos de 30 anos, o número vai a 70%.

A Câmara deve votar o Sopa até o fim deste ano. No Senado, corre uma proposta similar, a Lei para Proteger a Propriedade Intelectual (Pipa, em inglês).

(LUCIANA COELHO)

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