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Nintendo perde espaço para tablets e smartphones

Novos aparelhos roubam mercado dos games portáteis da empresa japonesa

Pela 1ª vez, criadora do Mario Bros. fechará um ano fiscal com prejuízo; Wii U, seu novo console, tem jeitão de tablet

BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pela primeira vez na história, a Nintendo deve fechar um ano fiscal no vermelho. E uma das causas para o prejuízo pode ser o crescimento do Android e do iOS no gosto dos jogadores de videogame.

A projeção foi feita pela própria empresa japonesa, no fim de outubro. Na ocasião, a Nintendo anunciou os resultados de seu primeiro semestre fiscal com prejuízo líquido de US$ 925,4 milhões.

Para o segundo semestre fiscal, que termina em março, a expectativa de perda é de US$ 264 milhões. Total do rombo: US$ 1,19 bilhão.

Foram apontadas duas causas para o primeiro ano vermelho em 30 anos da criadora de Mario Bros. Uma é a apreciação do yen frente ao dólar, que neste ano atingiu níveis históricos, o que forçou o governo japonês a intervir na economia do país no começo de novembro para salvar as suas exportações.

O outro fator foram as fracas vendas de consoles e seus títulos. O Nintendo 3DS, grande aposta da empresa para 2011, teve uma recepção fria em seu lançamento, em fevereiro. Foi considerado caro demais pelos jogadores, o que forçou a companhia a cortar preços globalmente.

Em julho, por exemplo, a empresa derrubou os preços do 3DS nos EUA de US$ 249,99 para US$ 169,99, o que ajudou a levantar as vendas. No semestre fiscal, foram 3,07 milhões de unidades vendidas do 3DS no mundo.

Na última quinta, a Nintendo anunciou que os primeiros oito meses de venda do 3DS nos EUA já superaram o primeiro ano de vendas do DS original no país, que foi de 2,37 milhões de unidades. Mas o estrago já estava feito.

ANDROID E IOS

Enquanto a Nintendo patinava, smartphones e tablets com Android e iOS avançavam no mercado de consoles portáteis. Segundo a consultoria Flurry, os sistemas operacionais de Google e Apple devem ficar juntos com 58% da receita do mercado móvel de games nos EUA. A Nintendo, com a linha DS, deve ter 36%, e a Sony, 6%.

Em 2009, Android e iOS dividiam 19% desse mercado, enquanto a Nintendo engolia 70% dele. Naquele ano, nem iPad ou smartphones potentes com Android haviam sido lançados. E o iPhone 3GS só chegou às lojas em junho.

O crescimento da presença de Android e iOS no mercado móvel, portanto, acompanhou as melhorias e lançamentos de aparelhos com os sistemas operacionais.

Nos rankings da App Store da Apple, a presença de jogos entre os aplicativos mais populares é grande. E uma pesquisa da GfK publicada em outubro mostrou que donos de tablets tendem a jogar menos em consoles e mais em suas pranchetas digitais.

Dos entrevistados, 59% disseram que não jogam mais em consoles com a mesma frequência de antes.

Um sinal de que a Nintendo está incomodada com o que vem do mundo móvel é o Wii U, console da empresa que deve chegar às lojas no segundo semestre de 2012.

O joystick tem jeitão de tablet, e sua conexão à TV lembra a do iPad via AirPlay. A empresa nega a inspiração.

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