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Viral não é 'brinqueichon'

Não há fórmula que garanta sucesso do conteúdo, mas alguns ingredientes podem fazer a diferença; confira quais

MARCEL GUGONI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,

"Brinqueichon" não está no dicionário, mas entrou no rol de expressões que ganharam fama na internet e chegaram ao mundo real após viralizar, verbo que, no mundo virtual, define algo que se propaga naturalmente.

Para especialistas, não há receita definida para que uma imagem passe a ser compartilhada e curtida, tampouco de que um vídeo seja visto por milhões, como é o caso do "brinqueichon", que saiu de um viral feito sobre outro viral. Mas há ingredientes para se atentar.

Foi uma entrevista em inglês macarrônico de Joel Santana, então técnico da seleção da África do Sul em 2009, que bombou na internet.

Neste ano, a agência de propaganda Africa chamou o treinador para um comercial de xampu, cujo nome em inglês é difícil de pronunciar. "Fizemos pesquisas e identificamos esse problema", conta Eco Moliterno, 35, responsável pela campanha "Donti Révi Caspa".

A campanha viralizou, e os consumidores passaram a buscar o produto na internet --e rir da piada, claro.

O humor é um dos maiores ingredientes dos virais. Mas não só isso. "O que os virais têm em comum é sua capacidade de gerar emoções", diz Ray Chan, um dos criadores do 9gag, comunidade de humor colaborativo da internet.

Daniel Tártaro, 33, responsável pela área Digital da agência Ogilvy, foi ao cerne da questão com uma marca de produtos femininos.

A premissa era simples: "96% das mulheres dizem não se achar bonitas." A campanha sugere, a partir de retratos falados feitos por um perito forense, que cada uma é mais bonita do que pensa. Tornou-se o viral de marketing mais visto no mundo.

EXTREMO E CONECTADO

Um grupo de pesquisadores da Academia Militar de West Point, nos EUA, diz que achou a origem técnica da viralização. Segundo a pesquisa, quase todos os conteúdos do tipo partem de um grupo pequeno com grande influência sobre os demais.

Paulo Shakarian, responsável pelo estudo, avalia que o maior mérito foi conseguir encontrar um algoritmo capaz de analisar a influência de cada amigo em uma rede de contatos e identificar os principais semeadores de tendências. "O trabalho tenta identificar o grupo de indivíduos capaz de iniciar a adoção em cascata de novos comportamentos até que todos passem a segui-los", explicou, em entrevista à Folha.

Para Thiago Rosente, da consultoria audiovisual Scherzo, o ingrediente que ajuda no compartilhamento é o extremo de uma situação. É o caso de "a pior falha em rebolado" (veja ao lado).

"Tudo que se destaca de maneira bruta também mostra o oposto do que se espera ver", afirma. "É o caso dos Pôneis Malditos', um bicho bonitinho que vem carregado de um adjetivo negativo."


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