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Gigantes pensam em nova forma de saber o que você faz na web

Os cookies, arquivos que hoje registram os hábitos de navegação de um usuário, estão com os dias contados

Crescimento do uso de smartphones e tablets, em que cookies não rodam, força a criação de novos recursos

BRUNO ROMANI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se você tem a sensação de que estão sempre de olho no que você faz na rede, prepare-se: gigantes da tecnologia trabalham em novas formas para rastrear suas preferências e atividades.

Google, Microsoft e Apple estão buscando alternativas para obter mais e melhores informações que possam ser revertidas em propagandas personalizadas. Todas querem deixar para trás os cookies, pequenos arquivos instalados por sites nos computadores quando o navegador de internet é usado.

Os cookies podem ser usados para registrar suas preferências e usos em sites --como a captura da sua senha, para que não seja preciso digitá-la sempre--, mas também ajudam anunciantes a entender seu perfil para exibir determinado anúncio.

Essa tecnologia, presente em boa parte da web, permeia uma indústria comercial estimada em US$ 120 bilhões.

MUNDO À PARTE

Com o crescimento de smartphones e tablets, porém, os cookies começaram a perder força. Eles não funcionam dentro de apps, o que significa que anunciantes estão ficando de fora de um grande mercado.

Além disso, é cada vez mais comum que um mesmo indivíduo tenha smartphone, tablet e PC, e as informações contidas nos cookies não são mais capazes de traçar um perfil tão completo de tais consumidores e seus hábitos.

Fora a questão de os cookies enfrentarem resistência, tanto que os navegadores mais usados, como Internet Explorer e Firefox, oferecem recurso que os bloqueia.

Assim, a ideia de Google, Microsoft e Apple é monitorar as preferências nos aparelhos móveis e cruzar essas informações com os dados produzidos pelos diferentes dispositivos, criando um rastreamento multiplataforma.

APPLE NA FRENTE

A Apple foi a primeira a dar um passo nessa direção. Desde o iOS 6, sistema operacional móvel lançado no ano passado, os dispositivos da empresa recebem um número que informa anunciantes quais sites, conteúdos e apps são acessados.

A tecnologia, chamada de IDFA (sigla em inglês para identidade para anúncios), porém, tem alcance limitado. Ela registra apenas as atividades feitas no aparelho, não pelo usuário. Ou seja, se a pessoa tem um iPhone e iPad, os dados não são cruzados.

Google e Microsoft, cujas ideias foram reveladas recentemente, têm um plano mais abrangente. A ideia é ter um número identificador que registre as atividades em diferentes serviços e locais, sejam eles smartphones, tablets ou computadores.

No caso da Microsoft, até o videogame Xbox poderia ser incluído no pacote, o que seria um indicador poderoso. A empresa saberia quais programas de TV você assiste, em quais sites navega e que apps acessa. E quando faz tudo isso ao mesmo tempo.

E A PRIVACIDADE?

Mas quem preocupa mesmo grupos que lutam por privacidade é o Google, que já detém um terço do mercado publicitário na internet e cujo sistema operacional móvel é líder. No 3º trimestre deste ano, o Android teve 81% do mercado de smartphones, segundo a consultoria IDC.

Além do escândalo envolvendo a NSA, o Google foi multado em 2012 pelo FTC (agência que regula as práticas de comércio nos EUA) em US$ 22,5 milhões. O órgão considerou que a empresa violou as opções de privacidade do navegador Safari.

As ideias de Google e Microsoft ainda não foram oficializadas e estão em debate com autoridades e com a indústria de publicidade. Em nota, ambas admitem trabalhar em novas tecnologias, mas dizem que é tudo inicial.


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