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Wii U vale por ter melhor 'Mario' em anos
Apesar de vendas fracas, videogame da Nintendo é o único console novo a contar com um game digno de ser jogado
Console estreou bem, com 3 milhões de unidades vendidas em 2012, mas neste ano não chegam a 1 milhão
Já tenho os novos PlayStation 4 e Xbox One conectados à TV, mas passei o fim de semana conectado ao Wii U, da Nintendo. Parece o começo de uma piada muito ruim sobre videogames, eu sei.
Um ano depois de lançado, o console que sucedeu o Wii está beirando a reputação do Zune, o malfadado tocador de MP3 da Microsoft.
As vendas do Wii U, especialmente se contrastadas ao predecessor Wii, que registrou vendas superiores a 100 milhões de unidades, têm sido medíocres. O console até que estreou bem, com três milhões de unidades vendidas em 2012. Nos primeiros nove meses do ano, porém, a Nintendo vendeu menos de um milhão de unidades.
Mas é preciso dizer que o Wii U é o único console novo a contar com um game digno de ser jogado. O "Super Mario 3D World" é o melhor jogo da série em anos. E consoles novos, com raras exceções, não chegam com jogos especialmente empolgantes.
A Nintendo contrariou muitas vezes a norma. Criou reputação em 1985 com o Nintendo Entertainment System, um console que vinha acompanhado pelo "Super Mario Bros.", um dos melhores games de todos os tempos.
No caso do Nintendo 64, um dos primeiros títulos foi o "Super Mario 64", que levou o encanador italiano ao mundo tridimensional pela primeira vez e inspirou os criadores dos jogos da série "Grand Theft Auto" e muitos outros projetistas. E, claro, o primeiro Wii vinha acompanhado pelo "Wii Sports".
Agora, a Nintendo por fim criou para o Wii U o tipo de jogo que os gamers esperavam desde o começo. É uma celebração surrealista de diversão e espírito de descoberta.
Os jogos da série "Mario" nos acompanham há tempo suficiente para que sua estranheza fundamental esteja perdendo a força. Não fica especialmente claro o motivo para que Mario --ou Luigi, Toad e a princesa Peach-- recolham estrelas verdes. Nem está claro por que, no mais proeminente dos truques novos do título, os personagens podem usar um sino e virar gatos. Ou por que comer cerejas faz dublês aparecerem.
Nesses jogos, explicações não importam. Exceto, talvez, para quem acompanha a série há quase 30 anos e conhecem a trama: Peach foi raptada por Bowser e resgatada por Mario mais vezes do que Batman lutou com Coringa.
Em um jogo da série "Mario", tomar o controle de Peach, agora capaz de lutar por conta própria, e permitir que ela derrote seu eterno inimigo é vingança semelhante à praticada, com violência muito mais realista, por personagens como Beatrix Kiddo, em "Kill Bill".
Um grande jogo não basta para salvar um console. Há outros bons títulos para o Wii U, mas o acervo ainda é muito limitado, especialmente se comparado ao do portátil Nintendo 3DS, que já vendeu mais de 35 milhões de unidades em todo o mundo em dois anos e meio.