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Projetos usam celular antigo para combater desmatamento e auxiliar populações carentes; saiba como dar uso ao aparelho que está na gaveta

YURI GONZAGA DE SÃO PAULO

"Ter carro do ano" é uma expressão que pode muito bem ser substituída, nos dias atuais, por "ter o último iPhone". Segundo pesquisa do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), 81% dos brasileiros trocam de celular em menos de três anos, gerando um sem-número de aparelhos funcionais e abandonados.

Segundo um analista da consultoria especializada em tecnologia IDC, contudo, a taxa indicada pelo estudo é conservadora. "Seguimos a média dos EUA, com donos de smartphone trocando de aparelho entre 18 meses e 20 meses", diz Reinaldo Sakis, gerente da área de produtos de consumo na empresa.

Celulares convencionais ficam obsoletos ainda mais rapidamente. "No 13º mês de um aparelho simples, ele já é extremamente velho, e o consumidor é forçado a trocar."

Para aproveitar smartphones antigos, a organização americana Rainforest Connection usa os dispositivos que recebe por doação como sensores acústicos para detectar derrubada de árvores em florestas tropicais.

Em entrevista por e-mail à Folha, o fundador da ONG, Topher White, disse que trará a iniciativa à Amazônia brasileira ainda neste ano --até agora, o projeto está só na ilha de Sumatra (Indonésia).

A Rainforest Connection "turbina" os celulares com recarga solar e proteção contra impactos e umidade. Por meio de um aplicativo, se o microfone detecta especificamente som de motosserras, o celular envia um SMS à guarda florestal, que pode intervir.

O grupo está angariando verba para a expansão para o Brasil e para a bacia do rio Congo, na África (veja como doar dinheiro ou um celular em bit.ly/florestatropical).

"Poderíamos encomendar equipamento específico, mas a verdade é que celulares são extremamente eficientes e capazes, e podemos obtê-los de graça", diz White. "Simultaneamente, reduzimos o descarte de eletrônicos."

"Se os telefones não estiverem quebrados (ou mesmo se estiverem) e puderem servir para algo, não há razão para jogá-los fora."

Além de doar ou vender, há diversas outras aplicações para um celular antigo total ou parcialmente em funcionamento, como torná-lo uma câmera de segurança ou rastrear por GPS um membro da família, por exemplo.

'MEDICINA MOBILE'

Outro projeto que se vale de celulares doados é o Medic Mobile, que usa mensagens de texto para auxiliar profissionais de saúde ou líderes comunitários de áreas pobres para situações de emergência.

O Brasil não está na lista dos 21 países atendidos, mas será um dos próximos a receber apoio do Medic Mobile.

"Sabemos que há populações isoladas no país e que essas pessoas quase não têm acesso ao sistema de saúde", diz Amanda Yembrick, gerente da ONG para a América Latina. "Estamos identificando parceiros para lançarmos nossos programas aí, em especial o de saúde materna."

A ONG aceita até celulares quebrados (hopephones.org).


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