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Relatório prevê futuro sombrio para a web

Para 1.400 especialistas entrevistados pelo instituto Pew, haverá mais espionagem e menos criatividade on-line

Pessimismo relaciona-se com revelações de Snowden, diz coautor; para professor, 'fim da criatividade' é exagero

QUENTIN HARDY DO "NEW YORK TIMES"

Fazer previsões é complicado. O futuro chega até nós em alta velocidade hoje em dia, e há muitas variáveis para que sejam feitas afirmações precisas. Previsões, porém, podem ser úteis: são uma excelente maneira de examinar as paixões do momento.

O Pew Research Center, uma das mais conhecidas organizações de produção de conhecimento estratégico, publicou recentemente o terceiro volume de uma série batizada de "A Vida Digital em 2025". Ainda que visto como um retrato dos dias atuais, e não dos que estão por vir, o relatório, chamado "Ameaças à Rede", é sombrio.

O Pew Internet Project, em colaboração com o Centro para a Imaginação da Internet da Universidade Elon, entrevistou 1.400 importantes pensadores de tecnologia.

Coletivamente, os especialistas postularam que acontecerão novas violações das liberdades on-line por governos; que haverá mais monitoramento e uma queda da confiança; ocorrerá um "esmagamento" da criatividade individual por causa do controle de grandes companhias.

Existem perigos originados até na personalização de conteúdo: essa personalização, uma maneira de limitar a sobrecarga de informação, também foi vista como uma ameaça às descobertas que fazemos por acaso com o que lemos, assistimos e pensamos.

"Perguntamos sobre as ameaças e oportunidades para o conteúdo livre na internet, e recebemos respostas elaboradas", disse Lee Rainie, diretor do Pew Internet Project e coautor do estudo. Comparado com o passado, disse ele, "há uma sensação mais palpável de temor" em relação à vida on-line.

Essa visão problemática surgiu quando o grupo, cujos membros eram em boa parte otimistas no início, recebeu pedido para descrever "as ameaças mais sérias ao acesso, ao compartilhamento e ao conteúdo na internet".

Não é surpreendente, então, que a palavra "ameaça" apareça 57 vezes no relatório, enquanto "esperança" e "variáveis" surjam só 12 vezes. "Corporativa" e "corporação" aparecem 31 vezes --apenas uma delas de forma positiva.

Anteriormente, um grupo de especialistas consultados pelo Pew havia previsto os efeitos de uma internet onipresente, enquanto outra pesquisa observava as implicações da chamada internet das coisas. De forma geral, eram projeções positivas.

Mas as perguntas foram feitas on-line entre novembro e janeiro, quando as revelações de Edward Snowden de espionagem da NSA contra cidadãos comuns dominaram o noticiário de tecnologia, o que, segundo Rainie, afetou os palpites das pessoas. "Definitivamente, esse é um ambiente pós-Snowden", diz ele.

Sobre os medos de que companhias famintas por lucros irão limitar o acesso ou explorar o nosso lado preguiçoso, Rainie observou que "há uma preocupação crônica sobre a comercialização de tudo on-line".

Para Steven Weber, professor na Escola de Informação da Universidade da Califórnia em Berkeley, pode haver um exagero na valorização do conteúdo produzido e difundido na internet.

"O mundo está ficando menos livre e criativo?' é uma retórica exagerada que ouvi dos mesmos especialistas' da década passada", diz.


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