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Sua próxima carteira Acordos entre grandes empresas fazem decolar a tecnologia que permite fazer pagamentos usando o celular como cartão ROBERTO DIASENVIADO ESPECIAL A BARCELONA Deixe em casa os cartões de crédito e débito, as notas e moedas e o talão de cheques. Pegue apenas o celular. A próxima revolução da telefonia deve mudar a forma como pagamos as contas. Uma corrida frenética une fabricantes de aparelhos, teles, bancos, operadoras de cartão e desenvolvedoras de chips para fazer do celular (também) a sua carteira. Esse foi um tema central do Mobile World Congress, maior evento do setor de telefonia, realizado na última semana em Barcelona. Diferentes tecnologias impulsionam a corrida. A estrela, já não tão nova, se chama NFC ("near field communication", na sigla em inglês). É uma transmissão de dados sem fio que funciona ao aproximar o celular do terminal de cobrança. Um processo parecido com o que ocorre hoje com os cartões, mas não é necessário contato. As novidades nesse front se acumulam. No mês que vem, a Vodafone, gigante global da telefonia, vai oferecer serviços de cobrança com NFC em cinco países europeus, numa parceria com a Visa. A Visa que, por sua vez, se uniu à Samsung para colocar nas ruas de Londres, nos Jogos Olímpicos deste ano, um sistema de pagamento via celular que vai funcionar até no transporte público. Nos EUA, o Google lançou, em setembro passado, a Google Wallet, no celular Nexus S, da Samsung, com cartões da MasterCard. Em breve, modelos da LG terão o serviço. Ainda no mercado americano, um grupo chamado Isis, união das operadoras AT&T, Verizon e T-Mobile, lançará neste ano sua própria carteira para celular. Com tantos atores de áreas tão diferentes para agrupar, fica fácil entender por que a revolução demorou a deslanchar -já se vão mais de seis anos desde que a revista "Economist" publicou reportagem sobre o NFC sob o título "Num futuro muito em breve". A GSMA, associação de operadoras e fabricantes de celulares, acredita que o "muito em breve" chegou. Estima que nos próximos três anos será vendido 1,5 bilhão de celulares com tecnologia NFC, o que equivale a um quarto do total de linhas existentes hoje no mundo. E O BRASIL? As empresas veem uma chance clara de lançar no Brasil celulares capazes de substituir os cartões e enxergam também um grande caminho de inclusão bancária, já que 40% da população não tem conta corrente. A Visa diz conversar com teles brasileiras para implementar a tecnologia, mas não dá prazo. A vantagem é que já há uma base grande instalada de aparelhos e cartões com chip. "Dar o passo para o celular é mais fácil a partir daí", diz Rodrigo Meirelles, diretor da Visa para pagamentos móveis na América Latina. O xadrez passa pelo governo. O Ministério das Comunicações defende que o dinheiro que girar nos celulares esteja atrelado a uma conta bancária -algo que será discutido com o Banco Central ainda neste mês. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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