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Youtube profissa

Site investe em produção de conteúdo profissional pela 1ª vez, com 96 canais que receberão US$ 150 mi

ALEXANDRE ARAGÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Você chega em casa cansado do trabalho, mas ansioso pelo episódio de seu seriado favorito. Liga a TV, se conecta ao YouTube e acessa o canal que produz o programa.

É assim que o Google, dono do YouTube, imagina o futuro da produção de vídeo na internet. Segundo projeções da empresa, até 2020 cerca de dois terços dos canais de produção própria, incluindo os da TV, serão on-line.

Por isso, o YouTube está investindo pela primeira vez em produção de conteúdo. São, por enquanto, 96 canais que levam o selo de Original Channels. Alguns já podem ser vistos no site e, até o fim do primeiro semestre, a maioria deve entrar no ar.

"As pessoas gostam de consumir em nichos, e a audiência está se fragmentando", disse Robert Kyncl, vice-presidente de conteúdo do Google, durante a CES (maior feira de eletrônicos do mundo), em janeiro deste ano.

A ideia é que o usuário consuma vídeos não só no PC, mas em "qualquer aparelho com tela e conexão à internet" -o que inclui as TVs inteligentes, ligadas à rede.

O investimento total do YouTube é de US$ 150 milhões, como adiantamento de receitas publicitárias. As receitas futuras serão divididas com os canais, e o YouTube não tem direitos autorais sobre o que for produzido.

Cada capítulo da novela das oito, por exemplo, custa em média R$ 450 mil, ou US$ 255 mil. A mais recente, "Insensato Coração", teve 185 episódios -o que, ao todo, equivale a US$ 47 milhões.

Portanto, os US$ 150 milhões, divididos por 96 canais, não são um investimento tão vultoso para produção de conteúdo profissional.

ECOSSISTEMA

Segundo Kyncl, a ideia é que o conteúdo melhore tanto para o espectador, com programas que seriam ignorados pelas redes de TV, quanto para a publicidade, que poderá ter um público mais focado para atingir.

"Nós queremos fomentar um ecossistema de produção de conteúdo", diz Alvaro Paes de Barros, diretor de conteúdo do YouTube para a América Latina.

Segundo ele, o mais importante é a construção de uma cultura em que vídeos na internet são tão importantes quanto a TV.

Nomes famosos do entretenimento fecharam parcerias, o que deve facilitar a atração de contratos publicitários. A cantora Madonna terá um canal de dança e o ex-jogador de basquete Shaquille O'Neal terá um programa de humor, entre outros.

Além disso, haverá vídeos do jornal "The Washington Post", da agência de notícias Reuters e do site da "Slate".

Canais que nasceram de modo independente e fizeram sucesso, como o do site de notícias falsas "The Onion" e o de tutoriais eHow, entraram na lista.

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