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Uso do 3D em filmes é exagerado, diz técnico de 'Avatar'

Neil Huxley, artista de computação, diz que tecnologia não pode ficar em primeiro lugar

BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Artista de computação gráfica com trabalhos no currículo como o filme 3D "Avatar", Neil Huxley, 37, se mostra cético quanto a alguns aspectos da tecnologia no cinema. Para ele, boas histórias estão em primeiro lugar.

"Os ingressos de filmes 3D são mais caros, o que significa números maiores no fim de semana de estreia", afirmou ele à Folha sobre a insistência dos estúdios em produções com a tecnologia.

Huxley esteve no último fim de semana em São Paulo, onde foi palestrante do Union, evento de computação gráfica com profissionais de cinema e de games.

"Uma boa história e uma boa performance são tudo. Sem isso, sobram só belas imagens na tela", diz.

Qual a razão para o uso cada vez mais frequente de tanta tecnologia? Huxley diz que transformações da indústria do entretenimento seguem mudanças do público.

Segundo ele, a tecnologia substituindo bons atores e roteiros é um fenômeno que também tem a sua origem nos espectadores. "Isso não é culpa só dos estúdios, porque as pessoas ainda vão assistir a filmes que são uma porcaria e falam que gostaram."

CONVERGÊNCIA

Com a dominação dos efeitos visuais, a fronteira entre os filmes e os games diminuiu, resultando no intercâmbio de profissionais das duas áreas.

Em 2011, Huxley dirigiu quatro trailers. Todos foram feitos para o lançamento de games, entre eles "Transformers - Fall of Cybertron", visto 1 milhão de vezes em seu primeiro dia no YouTube.

Porém ele diz que os games ainda estão atrás em termos tecnológicos. "Temos ferramentas diferentes. No trailer dos 'Transformers', o [robô] Optimus Prime tinha mais de 2,5 milhões de polígonos. Se você tentasse isso em um console, ele derreteria".

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