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Mão na massa

Ainda vistos como dispositivos para consumo de conteúdo, tablets são cada vez mais usados para trabalho e criação

ALEXANDRE ORRICO
DE SÃO PAULO

"Criar obras visuais em uma tela sensível ao toque é uma experiência viciante." A opinião é do artista digital

Pixel, que gosta de utilizar tablets para criar trabalhos.

Pixel já usou um iPad para bolar projeções visuais e agora trabalha no projeto

Labmov, que usa um aplicativo de realidade aumentada para estimular a criação colaborativa de histórias por meio de tablets e celulares.

Ele não está sozinho -segundo pesquisa da empresa Accenture, divulgada no fim do mês passado, 61% dos brasileiros donos de tablets utilizam os dispositivos também para fins profissionais (além do pessoal). A média mundial é de apenas 5%.

São pessoas que, além de usarem o tablet para atividades de consumo de conteúdo digital (notícias on-line, e-mails e redes sociais), utilizam o dispositivo para produção e criação, área que até então era de domínio dos computadores tradicionais.

Samantha Shiraishi, dona da agência especializada em mídia digital Otagaissama, adotou os tablets (um iPad 2 e um Galaxy Tab 7) como substitutos do desktop e do notebook para o trabalho.

"Eles estão sempre comigo, assim dá para escrever na hora que vem a inspiração", diz Shiraishi. "Teclo sem dificuldades, mas, para textos longos, uso o teclado físico. A bateria dura mais que a do notebook, e eles [tablets] não demoram para ligar", completa. Mesmo quando está ao lado de um desktop, Shiraishi muitas vezes prefere o tablet.

A popularidade crescente dos aparelhos (segundo dados da Gartner, a expectativa é que as vendas de tablets se igualem às de PCs em 2015) também colabora para que as empresas se preocupem em oferecer aplicativos de criação e produção.

Lev Grossman, crítico literário norte-americano, disse em artigo na revista "Time", em 2010, que o iPad faz a ênfase mudar da criação de conteúdo para a simples absorção e manipulação. "Ele emudece o usuário, transforma-o num consumidor passivo."

Walter Isaacson, autor da biografia de Steve Jobs, disse que o cofundador da Apple levou a crítica a sério e, partir daí, passou a garantir que as versões seguintes do iPad se empenhariam em facilitar a criação de conteúdo.

Microsoft e Intel, companhias voltadas ao mercado tradicional de PCs, preparam uma investida no setor com os chamados "ultrabooks híbridos" -notebooks potentes e ultraleves com tela sensível ao toque.

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