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Google tenta 'empurrar' usuário para sua rede social

Empresa integra serviços, e Google+ chega a 170 milhões de cadastrados

Crescimento é 'orgânico', diz diretor; internautas, porém, passam pouco tempo na comunidade virtual

LUCAS SAMPAIO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Google tem feito de tudo para atrair o usuário: integrou seus produtos e serviços à sua rede social, já redesenhou a interface do Google+ duas vezes em dez meses e adotou um "gatilho" que cria, automaticamente, um perfil na comunidade virtual quando um usuário abre uma conta em outro produto ou serviço da empresa, como o Gmail ou o YouTube. Segundo a companhia, foi mais de uma mudança por dia desde a criação do Google+, em 28 de junho de 2011.

Como resultado, alcançou a incrível marca de 170 milhões de pessoas na rede social em tão pouco tempo.

"O Google não tem feito nada para aumentar o volume do Google+", diz Felix Ximenes, diretor de comunicação e assuntos públicos do Google para o Brasil. "É completamente orgânico o crescimento. Ele é um fenômeno."

O problema é que, apesar de novos usuários não pararem de surgir a cada dia, eles simplesmente não interagem no Google+ e quase não o acessa.

O último dado público sobre tempo gasto em redes sociais, de janeiro deste ano, mostra que, enquanto usuários ficavam uma média mensal de 7,5 horas conectados ao Facebook, no Google+ eles passavam 3,3 minutos.

"Não estamos preocupados com o Facebook", diz Ximenes. "Ele não é um competidor direto." Segundo o diretor, o Google+ não é uma simples rede social. "Nós o enxergamos como uma camada social que permeia todos os nossos produtos."

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O investimento pesado no Google+ tem razões mercadológicas: os usuários gastam cada vez mais tempo nas redes sociais, compartilhando conteúdo e interagindo.

Essas preciosas informações são utilizadas pelas empresas para criar anúncios mais eficientes para esses mesmos usuários. Mas o Google, que baseia seu modelo de negócio na receita de anúncios, não consegue ter acesso a essas informações.

"As redes sociais ganharam importância há alguns anos", diz José Calazans, analista do Ibope Nielsen. "Elas mantêm as pessoas por mais tempo na internet, e as empresas têm olhado para elas."

"A excelência do Google é varrer a web aberta", diz Marcel Leonardi, diretor de políticas públicas e relações governamentais do Google no Brasil. "Mas existe um movimento contrário à liberdade da web, de migração para os 'jardins murados'." Com o Google+, a empresa quer fazer parte dessa festa.

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