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Modelo "xing ling" tem tela tosca e Android velho, de celular

Aparelhos ruins são vendidos no mercado informal de até R$ 400

Produtos, como o da Qtek, não passam por homologação na Anatel nem têm acessórios certificados do Inmetro

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Comprei, não gostei e dei para o meu filho brincar." Assim resume Gilberto Cabral, 47, sua experiência de uma semana com um tablet da Qtek. Mas esse poderia ser o relato de qualquer um que investiu até R$ 400 num dos modelos "xing lings" à venda em camelôs de São Paulo.

Histórias tristes não faltam. As fragilidades desses aparelhos ficam evidentes quando eles são colocados lado a lado com produtos de grandes marcas, como Apple, Motorola ou Samsung.

A carcaça, geralmente de plástico frágil, envolve hardware de péssima qualidade, incapaz de rodar com rapidez o sistema operacional Android. Que, por sua vez, aparece sempre em versões antigas (2.3, no máximo) que foram projetadas para smart-phones, não para tablets.

A tela sensível ao toque, principalmente quando resistiva (que não costuma funcionar bem com o dedo), passa longe de ter a resposta fluida da de um iPad.

Um sucesso de mercado no universo "xing ling" é o modelo Coby Kyros MID7016. Numa busca pelo site comparador de preços Buscapé, é possível encontrar 52 lojas com o modelo em estoque.

Nenhuma delas comprou do distribuidor Opeco, importador oficial dos produtos da marca há 20 anos. "Esses tablets vêm do mercado paralelo ou de alguém que não se preocupou em atender às regulamentações locais, como ter homologação da Anatel e acessórios certificados pelo Inmetro", afirma André Saslavsky, diretor da Opeco.

Como o processo de entrada legal de tablets no país é caro e demorado, a Opeco decidiu não lançar esse modelo por aqui. Em contato telefônico com três lojas, todas argumentaram que os produtos atendiam à legislação.

"O mercado de contrabando é um caos no Brasil. Atrapalha quem quer fazer negócio honestamente", reclama Reinaldo Peleari, gerente de produtos da Multilaser.

Com um tablet de R$ 450, o executivo conta que a maior pedra no sapato da empresa é ser colocada no mesmo balaio dos "xing lings". De fato, as especificações de seu Diamond são melhores, com o dobro de memória interna e processamento mais veloz.

"Mas vai explicar isso para o cliente que só quer pagar baratinho. Até meus vendedores eu tenho dificuldade de convencer."

(MARCO ZANNI)

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