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HQ sobre o lado budista de Steve Jobs sai no Brasil

"O Zen de Steve Jobs" mostra a relação entre o cofundador da Apple e seu guru

Obra norte-americana recria os anos em que o pai do Mac conviveu com o monge japonês Kobun Chino Otogawa

RODOLFO LUCENA
COLUNISTA DA FOLHA

Steve Jobs é fonte inesgotável de inspiração para livros. Além da biografia escrita por Walter Isaacson, lançada em 2011 pouco após a morte do cofundador da Apple, há no mercado várias obras que procuram ensinar o jeito de pensar ou fazer marketing do pai do Mac.

"O Zen de Steve Jobs", que será lançado neste mês no Brasil, navega ao largo dessa onda de autoajuda marqueteira. Mostra, numa história em quadrinhos, a amizade de Jobs com o monge budista japonês Kobun Chino Otogawa e a influência do budismo no design de produtos da Apple.

Eles se conheceram em meados dos anos 1980, depois de Steve Jobs ter rompido com a Apple. O empresário foi discípulo de Kobun, a quem chegou a nomear "guru espiritual" da NeXT, empresa que criou durante seu exílio da Apple. É o período que os autores chamam de "os anos perdidos" de Jobs.

A obra é uma edição da "Forbes", revista norte-americana especializada em economia. O projeto foi concebido por Jesse Thomas, presidente da agência de design interativo Jess3, e abraçado pelo editor-executivo da "Forbes", Bruce Upbin. Ele designou o repórter Caleb Melby para o trabalho de pesquisa e produção do texto.

FUNDOS COLORIDOS

Apesar de centrada nas relações, às vezes tempestuosas, entre Jobs e seu guru, a história trafega por décadas, chega aos projetos do iPod e do iPhone, vai e vem no tempo. Para orientar o leitor, cada período tem sua própria cor de fundo -de resto, os desenhos são em preto e branco, com traços minimalistas.

Melby defende que o encontro de Jobs com o budismo teve profunda influência na sua visão estética, na concepção do design limpo que marca a linha "i" (iPod, iPad). Para produzir o texto, ele entrevistou especialistas em budismo e seguidores de Kobun, além de mergulhar em textos de palestras e apresentações de produtos feitas por Jobs.

Não se trata de uma reportagem ilustrada, mas da reinvenção do relacionamento entre os dois e do choque entre a obsessão pela perfeição, marca da carreira de Jobs, e a busca pela paz interior e a convivência pacífica com o mundo, que Kobun encarava como missão de vida.

ESPÍRITO DESPOJADO

O estilo do desenho, afirma Jesse Thomas, procurou acompanhar esse espírito, ao mesmo tempo despojado e tenso. Tem ares orientais, mas procura fugir da estética do mangá japonês.

Às vezes os textos são despojados demais, exigindo do leitor conhecimento prévio para entender melhor a história. Mas os adendos resolvem eventuais dúvidas. Um posfácio explica o contexto e há ainda uma minibiografia de Kobun e uma pequena entrevista com Melby.

Mas o melhor são os desenhos mostrando como as ilustrações foram concebidas, como os roteiros se desenvolveram e como foi o trabalho para criar as várias faces de Steve Jobs -jovem, mais maduro e estilo barba-por-fazer.

O ZEN DE STEVE JOBS

AUTORES Caleb Melby e Jess3

EDITORA Devir

QUANTO a definir (80 págs.)

AVALIAÇÃO bom

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