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'As pessoas têm de aprender a se proteger nas novas mídias'

Opinião é do diretor do laboratório móvel do MIT, que fala em SP na quinta

Para o pesquisador Federico Casalegno, é necessário educar a população sobre como preservar seus dados

RAFAEL CAPANEMA
DE SÃO PAULO

Proteger a privacidade dos adeptos de novas tecnologias passa por duas frentes: educação da população e regulamentação sobre como governos e empresas privadas podem acessar e processar dados de indivíduos.

A opinião é do diretor do laboratório de experiência móvel do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), o italiano Federico Casalegno, que falará sobre o mundo pós-PC no Info@trends, evento de tecnologia que acontece nesta quinta-feira em São Paulo (leia acima).

"Não é só porque tenho um celular com GPS que estou exposto ao risco de saberem onde estou. Se você pensar em redes como o Facebook, em que as pessoas compartilham as partes mais íntimas de suas vidas, o problema dobra", diz Casalegno.

"Além de uma regulamentação forte, é muito importante educar a população para usar de forma correta e se informar sobre o que as novas mídias e as novas tecnologias permitem", diz.

Casalegno já esteve diversas vezes no Brasil e considera "muito avançada e sofisticada" a forma como os brasileiros adotam e usam novas mídias e tecnologias, como celulares e redes sociais. "No Brasil há uma tradição de se expressar, e toda mídia nova que surge é usada para executar esse desejo de se comunicar melhor com os outros."

O laboratório móvel do MIT já executou no Brasil projetos como o Locast (locast.mit.edu), criado para "permitir o desenvolvimento rápido de plataformas de mídia baseadas em localização".

No Rio, em uma parceria do MIT com a Unicef, crianças foram munidas de celulares para criar mapas sobre riscos ambientais, como problemas sanitários e acúmulo de lixo.

O pesquisador afirma que tecnologia móvel de última geração nem sempre é necessária para executar experiências relevantes. "Você pode pagar bilhetes de trem e fazer transações bancárias usando SMS. São operações muito sofisticadas que podem ser feitas com celulares muito simples".

Questionado sobre os óculos de realidade aumentada Google Glass, o pesquisador lembra que a ideia é antiga e tem sido explorada desde os anos 1980 por seu colega de MIT Steve Mann.

"Óculos e outros dispositivos similares vão oferecer novas formas de acesso a informação, especialmente aquelas distribuídas no ambiente físico", afirma. "A integração de sensores e componentes eletrônicos no ambiente transformará a maneira como acessamos e compartilhamos informação."

Óculos inteligentes e outros dispositivos mais discretos substituirão os atuais celulares? "A longo prazo, por que não?", responde Casalegno. "O modelo 'tradicional' de celular é algo que não existia alguns anos atrás. Daqui a 20 anos, poderemos ter formatos muito diferentes."

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