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Game ou filme?

Divulgação
Jodie Holmes, personagem principal do game "Beyond", para PlayStation 3, interpretada por Ellen Page.
Jodie Holmes, personagem principal do game "Beyond", para PlayStation 3, interpretada por Ellen Page.

ALEXANDRE ORRICO
DE SÃO PAULO

Na cena acima, a atriz Ellen Page interpreta Jodie Holmes, a protagonista de "Beyond", novo projeto da produtora Quantic Dream.

Filme novo? Não. "Beyond" é um jogo para PlayStation 3, talvez o maior expoente de uma geração de games mais próximos do cinema, com excelente qualidade gráfica, que apostam mais na profundidade do enredo do que na ação desenfreada.

Em "Beyond", a atriz de filmes como "Juno" (2007) e "A Origem" (2010) teve voz, movimentos, expressões faciais e forma física totalmente registrados em formato digital, numa tecnologia chamada "captura de performance".

A representação hiper-realista do rosto de Page e detalhes da trama foram divulgados no início do mês, em Los Angeles, durante a E3, a principal feira de games do mundo. A data de lançamento ainda não está definida.

"DRAMA INTERATIVO"

Em "Beyond", o jogador acompanha, ao longo de 15 anos, a relação da personagem Jodie Holmes com um espírito chamado Aiden, que tem personalidade própria.

David Cage, cofundador da Quantic, não gosta nem de definir seus títulos como games. Prefere o pomposo termo "drama interativo".

Mas esse tipo de projeto, que pretende ser uma mistura de cinema com game, não corre o risco de fracassar por querer agradar, ao mesmo tempo, jogadores e cinéfilos? Cage diz que não.

"A interatividade permite a você contar uma boa história. E um bom enredo abre oportunidades para a interatividade", diz o empresário, que em 2010 lançou "Heavy Rain", game que ele já definia como drama interativo.

O público que está na mira de Cage é o jogador médio dos EUA, que hoje tem 30 anos e joga há pelo menos 13, segundo a associação norte-americana ESA (Entertainment Software Association).

OUTRAS NARRATIVAS

Outras produtoras também querem aproveitar esse filão.

O épico galático "Mass Effect 3", da Bioware, lançado em março deste ano, tem uma opção de jogo chamada "Narrative", para quem quer aproveitar o enredo e se preocupar menos com a ação.

As cenas de combate não oferecem nenhum desafio e servem apenas como uma linha interativa para condução da história do último capítulo da trilogia espacial.

Outros games, como "L.A. Noire", jogo de investigação policial da Rockstar lançado no ano passado, deixa o jogador pular cenas de ação nas quais falhou três vezes.

Há até pouco tempo, os jogadores podiam fazer apenas o caminho inverso: pular as "cutscenes" dos games e os vídeos que explicam e dão continuidade à história.

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