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Google contra-ataca

Na disputa pelo mercado de tecnologia, a empresa investe no mercado de hardware, aprimora seus softwares e exibe óculos do futuro

FERNANDA EZABELLA
ENVIADA ESPECIAL A SAN FRANCISCO

Um tablet e uma central multimídia novos. Melhorias no sistema operacional, na rede social, no navegador de internet e no serviço de armazenamento em nuvem. E óculos de ficção científica.

Na guerra entre os gigantes do Vale do Silício pelo mercado da tecnologia, o Google mostrou suas armas na semana passada, em San Francisco, no Google I/O, sua conferência anual para desenvolvedores de software.

O primeiro movimento foi colocar a marca no mercado de tablets, terreno dominado pela Apple e no qual a Microsoft também acaba de entrar, com o modelo Surface.

Em parceria com a taiwanesa Asus, o Google lançou o Nexus 7, aparelho com tela de sete polegadas, menor e mais barato que um iPad -por US$ 199, deve concorrer com o Kindle Fire, da Amazon.

A central multimídia é a Nexus Q, que se conecta à internet para reproduzir música e vídeo. Parece a Apple TV, mas é sincronizável com qualquer aparelho que tenha o sistema operacional Android.

Sincronia é uma palavra-chave nesse mundo high-tech, e o Google sabe disso: "Queríamos criar uma experiência única, e não uma série de produtos desconexos", disse em San Francisco Vic Gundotra, vice-presidente de engenharia do Google.

Assim, a empresa reforçou a integração entre seus softwares e ampliou a oferta deles para hardware: o navegador Chrome e o serviço de nuvem Drive ganharam versões para os produtos móveis da Apple, e a rede social Google+ está a caminho do iPad.

"Agora, em todas as plataformas e em todos os seus aparelhos, você pode viver on-line na nuvem, sem problema", disse Sundar Pichai, vice-presidente de Chrome, ao mostrar como o navegador usa recursos do Drive para reaparecer igual no seu desk-top, tablet ou smartphone.

É uma estratégia para "prender" o usuário no mundo Google. Nela, a rede social, que ainda não decolou, tem um papel importante. Novos aplicativos foram apresentados para o Google+, incluindo um para tablets mais elegante que o do Facebook.

Outra área em que o Google correu atrás do prejuízo foi a dos assistentes virtuais. Jelly Bean, nova versão do sistema Android, tem um serviço de voz melhorado, para concorrer com o Siri, da Apple.

SCI-FI

Mas foi com o projeto Glass que o Google pareceu estar mais perto do futuro. Pelos andares do centro de convenções Moscone, em San Francisco, executivos da empresa circulavam usando os óculos, que permitem fazer vídeos e fotos, transmiti-los em tempo real e checar notificações -tudo sem usar as mãos.

Vic Gundotra era um deles. Questionado pela Folha, ele contou que o aparelho cansa os olhos após muitas horas de uso e que chegará ao público "daqui a dois anos, talvez um ano e meio". Por enquanto, só os desenvolvedores que estavam no Moscone puderam encomendar um, por US$ 1.500 e promessa de entrega no início de 2013.

O Glass, se não ficar só no protótipo, parece sintetizar aquilo que, segundo Gundotra, está no espírito do Google: "um saudável desrespeito pelo impossível".

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