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Computador vai se mesclar com objetos do cotidiano

Primeiro passo foi dado pelo Google, que desenvolve óculos futuristas

Apple e Olympus planejam aparelhos parecidos; especialista prevê popularização entre sete e dez anos

BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os computadores pessoais estão mudando de cara. Em um futuro nem tão distante, eles não ficarão sobre a mesa ou dentro do bolso. Os dispositivos assumirão a forma de roupas, joias, acessórios e até tatuagens.

Soa como filme de ficção científica, mas atualmente empresas, universidades e hackers trabalham para desenvolver uma classe chamada de computadores vestíveis (conhecidos em inglês como "wearables").

O primeiro passo para a popularização foi dado pelo Google em abril, quando anunciou que está trabalhando em óculos futuristas.

O acessório roda Android, tem processador e memória, sensores de GPS, câmera digital e uma pequena tela, que exibe informações diretamente para os olhos do usuário.

"Os vestíveis serão a norma", disse à "Wired" Babak Parviz, um dos responsáveis pelo projeto. Antes do Google, o pesquisador trabalhava na Universidade de Washington na criação de uma lente de contato capaz de exibir informações transmitidas pela internet, que chegou a ser testada em coelhos.

Outros gigantes também estão de olho nesse mercado. No começo de julho, a Apple registrou patentes de óculos futurísticos. Na mesma semana, a Olympus anunciou um produto parecido. Ele se conecta via Bluetooth ao celular e exibe informações.

A Nokia foi mais longe e registrou a patente de uma tatuagem eletrônica que vibra quando há ligações telefônicas ou mensagens SMS.

Já disponíveis no mercado, alguns produtos voltados para o esporte são roupas e pulseiras. A Adidas, por exemplo, vende uma espécie de sutiã com sensores embutidos que captam batimentos cardíacos e calorias perdidas. As informações são enviadas para o smartphone.

Em janeiro,durante a CES, maior feira de eletrônicos do mundo, diversas empresas apresentaram produtos, como jaquetas e relógios com computadores integrados.

"Acredito que os vestíveis serão populares entre sete e dez anos", diz Patrick Moorhead, presidente da consultoria Moor Insights and Strategy. "Será quando as pessoas que podem pagar por eletrônicos básicos poderão comprar vestíveis."

Atualmente, a categoria é estudada e implementada em situações especiais, como na reabilitação de deficientes ou como acessório militar. Forças especiais do Exército americano já usam óculos que exibem informações, como localização.

O foco para o consumidor final deverá ser a comunicação e o entretenimento. Imagine como a vida melhoraria se os seus óculos identificassem alguém que você conhece mas não lembra de onde (como fazia o personagem de Arnold Schwarzenegger em "Exterminador do Futuro").

"Vestíveis são o último passo antes de computadores implantados, que atualmente têm difícil aceitação", diz Moorhead.

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