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Não me toque

Nova safra de acessórios e aplicativos transforma em realidade o controle de aparelhos apenas por gestos

Fotos Divulgação
Médicos do Hospital Evangélico de Londrina usam um computador com Kinect para, por meio de gestos, abrir e fechar radiografias durante uma cirurgia
Médicos do Hospital Evangélico de Londrina usam um computador com Kinect para, por meio de gestos, abrir e fechar radiografias durante uma cirurgia

BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quando a Microsoft lançou o Kinect, no final de 2010, parecia apenas um acessório maluco para jogadores do videogame Xbox 360. O sensor de movimentos, porém, abriu as portas para uma tendência que aos poucos vai se espalhando pelo resto do mundo tecnológico: o controle de dispositivos por gestos.

Uma nova safra de aparelhos e aplicativos que está chegando ao mercado transforma em realidade o conceito de interface natural, no qual o corpo comanda a máquina sem contato direto.

Uma das empresas que estão investindo na tecnologia é a Samsung. Sua nova linha de TVs conectadas tem funções básicas, como aumentar o volume e trocar de canal, ativadas com o balançar das mãos. Nesses modelos, dá para jogar "Angry Birds" por reconhecimento de gestos.

Já desktops e laptops devem tirar proveito dos sensores mais sofisticados da versão do Kinect para Windows. O modelo compatível com PCs saiu em fevereiro e chegou oficialmente ao Brasil em junho por R$ 999.

Nos EUA, a pequena Leap Motion diz ter um sensor mais preciso que o da empresa fundada por Bill Gates. Em vídeos de divulgação, o dispositivo se mostra capaz até de reconhecer a ação dos dedos.

Nos dois casos, porém, os sensores não funcionam assim que saem da caixa. Eles são voltados para desenvolvedores, encarregados de criar os programas que darão vida aos aparelhos.

"A navegação de conteúdo é a área que vai mais se beneficiar de comandos por movimentos", diz Pietro Macchiarella, analista da consultoria Park's Associates. Isso, de certa forma, já acontece com o Kinect, que permite o controle não apenas de games mas também de outras mídias, como filmes e músicas.

MUNDO MÓVEL

Dispositivos móveis, que não foram pensados para ser controlados por gestos, também são capazes de oferecer alguma experiência do tipo por meio de aplicativos.

Isso é possível porque, em um nível mais básico, o reconhecimento por gestos precisa apenas de uma câmera. A mágica vem do software.

Em aparelhos com sistema operacional Android, por exemplo, dá para controlar o tocador de música pelo aplicativo Wave Control, balançando a mão diante do gadget. Para iPad existe o "Fuego's Adventure River", anunciado como o primeiro jogo do tablet totalmente comandado por gestos, sem tocar a tela. Com o corpo, o usuário conduz o protagonista.

Um estudo da consultoria ABI Search prevê que 894 milhões de smartphones (ou 68% do mercado) terão tecnologia de reconhecimento de gestos até 2017. Publicado em julho, o levantamento calcula que atualmente esse número seja de 3,9 milhões.

Mas essa cifra certamente é maior, já que a pesquisa não inclui os mais de 10 milhões de unidades vendidas do Galaxy S 3, da Samsung, que já percebe alguns movimentos.

Entre os recursos dele estão o reconhecimento dos olhos do usuário para que a tela não se apague e a ligação telefônica para um contato de SMS se o aparelho for levado para perto da orelha.

A consultoria prevê que, em 2013, de dois a quatro dos principais fabricantes de smartphones terão no mercado modelos capazes de reconhecer gestos. Até 2015, todos terão aparelhos do tipo.

Apesar disso, Michael Morgan, analista de mercado móvel da ABI Search aponta dois grandes desafios para a popularização da tecnologia: o desenvolvimento de software e o aumento da eficiência da bateria dos aparelhos.

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