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Vírus é coisa nossa

Líder em atividade maliciosa na América Latina e quarto colocado global, Brasil se destaca no mundo do cibercrime

RAFAEL CAPANEMA
ENVIADO ESPECIAL A QUITO

Quando o assunto é crime cibernético, o Brasil ostenta indicadores nada lisonjeiros em levantamentos de empresas de segurança digital.

O país é líder em atividade maliciosa na América Latina e ocupa o quarto lugar no ranking mundial.

Em origem de ataques de phishing (tentativa de enganar usuários para obter seus dados) e envio de spam, é o quinto colocado global.

O Brasil também é o país mais visado do planeta por programas que tentam capturar informações bancárias.

"A criminalidade informática é apenas mais uma vertente da criatividade brasileira", afirma Luiz Eduardo dos Santos, especialista em segurança da informação. "Da mesma forma que somos criativos para coisas boas, o somos para as ruins."

Em geral motivados por ganhos financeiros, os cibercriminosos veem o número de potenciais vítimas crescer rapidamente: em maio, o país chegou a 50,9 milhões de usuários ativos de internet, segundo o Ibope.

"Uma economia mais estável e mais dinâmica e o crescimento da renda da população fazem com que o Brasil seja um alvo interessante para os cibercriminosos", disse Luis Guisasola, diretor-sênior de marketing da Kaspersky para a América Latina, na conferência latino-americana de analistas de segurança da empresa em Quito (Equador), na semana passada.

Para Mariano Sumrell, diretor de marketing da AVG, o problema se agrava porque os novos usuários que chegam à rede "não têm conhecimento dos procedimentos mais básicos de segurança".

"O problema com o cibercriminoso é que não sabemos quem ele é, onde ele mora. Quanto ao criminoso tradicional, podemos enxergá-lo e criar barreiras físicas contra ele. No mundo digital, isso é muito mais complexo", diz Guisasola.

Equiparar os delitos virtuais aos crimes comuns é um dos objetivos do Projeto de Lei 84/1999, conhecido como "Lei Azeredo", aprovado em maio na Câmara dos Deputados.

Ele prevê multa e pena de um a cinco anos de prisão para crimes como uso de cartões de crédito ou débito obtidos indevidamente.

O projeto ainda precisa passar pelas comissões de Constituição, Justiça e Cidadania e de Segurança Pública antes de voltar ao Senado e ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff.

O jornalista RAFAEL CAPANEMA viajou a convite da Kaspersky.

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