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Teste Folha

Windows 8 está pronto, mas parece inacabado

Novas interfaces são ótimas, mas não funcionam bem juntas

Novo sistema é a jogada da Microsoft para se recuperar em um mercado que vê a ascensão dos tablets e a queda dos pcs

EMERSON KIMURA
DE SÃO PAULO

O Windows 8 está pronto, mas parece inacabado.

No dia 15, a Microsoft disponibilizou, em redes para desenvolvedores e profissionais de tecnologia da informação, a versão final do seu próximo sistema operacional.

Nos testes da Folha, porém, o Windows 8 apresentou uma experiência um tanto frustrante, passando a impressão de um produto inacabado.

A principal novidade do sistema é a nova interface, que usa o estilo Metro (codinome que, segundo a Microsoft, deve dar lugar a "nomes comerciais" ainda não divulgados). Ela chama a atenção pelos elementos grandes e espaçosos, amigáveis ao toque.

A interface tradicional, similar à das últimas versões do Windows, aparece com o nome de Área de Trabalho.

As duas interfaces são ideais para diferentes situações. O Metro é ótimo em equipamentos com telas sensíveis ao toque, como tablets, enquanto a Área de Trabalho é melhor para teclado e mouse.

A união delas em um só sistema resulta em um produto abrangente e versátil. Está trabalhando em um desktop? Use a Área de Trabalho. Quer ler notícias e ouvir música em um tablet? Use o Metro.

O Windows 8 é a jogada da Microsoft para tentar se recuperar em um mercado que vê a ascensão dos tablets, entre os quais sua participação é ínfima, e a queda dos PCs, categoria dominada por ela.

Ao desenvolver um sistema com duas interfaces tão distintas, a empresa demonstra apostar na convergência dos computadores tradicionais e dos tablets. É um comportamento diferente do adotado pela Apple e pelo Google, que têm investido em sistemas diferentes para cada categoria.

CONFLITO

O principal problema do Windows 8 é o conflito entre as duas interfaces. Elas funcionam bem quando você consegue utilizar só uma, isoladamente. Mas isso é muito difícil -frequentemente, uma invade o espaço da outra, demonstrando a inconsistência que permeia o sistema.

Caixas de notificação no estilo Metro, por exemplo, aparecem na Área de Trabalho avisando que um aplicativo foi instalado ou perguntando que ação tomar quando um dispositivo USB é conectado.

Alguns aplicativos e funcionalidades têm versões para o Metro e a Área de Trabalho e apresentam recursos diferentes entre elas, o que obriga o usuário a mudar de interface.

Às vezes, a troca é meio óbvia. Se você estiver usando o Internet Explorer no Metro, mas quiser acessar opções avançadas ou fazer uma navegação mais intensa, com milhões de abas e janelas e downloads e aplicativos na web, terá que trocar pela versão da Área de Trabalho.

Mas há ocasiões em que isso não é tão intuitivo. As configurações do sistema, por exemplo, estão espalhadas entre as duas interfaces e apresentam opções diferentes em uma e em outra.

Solucionar esse conflito entre o Metro e a Área de Trabalho é primordial para tornar o Windows um sistema mais elegante e menos truncado. E sem a aparência de algo precipitadamente finalizado.

Com BRUNO ROMANI, colaboração para a Folha.

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